Governo espera ter "3,6 milhões de pessoas vacinadas" no primeiro semestre de 2021
A vacinação contra a covid-19 vai ser assegurada prioritariamente por cerca de 40 mil enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS), avançou esta sexta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, adiantando que se for necessário serão reforçados estes recursos.
"Temos cerca de 40 mil enfermeiros no SNS e são eles que prioritariamente vão vacinar. Obviamente, que se for necessário reforço serão reforçados estes meios", afirmou António Lacerda Sales aos jornalistas, no final de duas visitas a duas unidades de saúde, em Matosinhos, no Porto.
Sobre se os centros de saúde poderão ter que alargar os horários de funcionamento, o governante disse que "é possível", mas ressalvou que tal é do âmbito funcional das unidades locais de saúde e dos diretores executivos dos agrupamentos dos centros de saúde.
"[Essa possibilidade] é a adequabilidade que o plano tem que ter em função das necessidades e a resposta é em função das necessidades", sublinhou António Lacerda Sales.
Questionado ainda sobre se o Estado vai assegurar sozinho o plano de vacinação, apresentado na quinta-feira, o governante explicou que o Governo entendeu que por "uma questão de coordenação, de articulação e monitorização, o Serviço Nacional de Saúde [SNS] assegurará numa primeira fase a vacinação contra a covid-19".
António Lacerda Sales disse, no entanto, que os cerca de 1200 pontos de vacinação no SNS podem ser alargados nas fases seguintes. "Nomeadamente se for necessário uma campanha mais massiva, com campanhas em escolas ou em pavilhões ou noutros pontos de proximidade que possam dar melhor acesso aos doentes", afirmou.
O secretário de Estado afirmou que o Governo prevê que haja "2,7 milhões de pessoas vacinadas na segunda fase" do plano de vacinação.
"Com cerca de 950 mil na primeira fase, presumimos que podemos ter cerca de 3,6 milhões de pessoas vacinadas durante a primeira e segunda fase, o que poderá coincidir, mais ou menos, com o primeiro semestre", adiantou.
Lacerda Sales caracteriza o plano de vacinação como sendo "robusto, também flexível e adequável àquilo que vai sendo a evolução da evidência científica".
"Penso que estamos bem preparados", fez saber o governante, que destacou a "aliança muito importante" com as Forças Armadas e as de segurança "para levarmos para a frente este plano".
Sublinhou o forte papel das Forças Armadas "na área da logística, do armazenamento, distribuição e na segurança". A colaboração entre os serviços de saúde e as Forças Armadas e de segurança "pode dar grande confiança aos portugueses", assegurou Lacerda Sales, que deixou uma perspetiva positiva para o próximo ano. "Com certeza que a partir de janeiro haverá uma nova luz e uma nova esperança para todos os portugueses".