Deu negativo um dos casos suspeitos de coronavírus em Portugal
Deram negativo as análises a um dos casos suspeitos de coronavírus em Portugal, informou, esta segunda-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS). Trata-se de uma mulher chinesa, residente em Portugal, que, recentemente, regressou da China.
"A Direção-Geral da Saúde (DGS) informa que um dos casos suspeitos de infeção por novo Coronavírus (2019-nCoV) em Portugal, que foi encaminhado para o Hospital Curry Cabral, teve resultado negativo após realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas negativas", lê-se na nota da DGS enviada às redações.
Aguarda-se agora os resultados das análises ao segundo caso suspeito, um brasileiro, que está internado no Centro Hospitalar de São João, no Porto.
Esta segunda-feira, a DGS validou um quinto e um sexto caso suspeito de coronavírus em Portugal, após avaliação clínica e epidemiológica. Um dos casos, que, sabe-se agora, as análises deram negativo, diz respeito a uma mulher chinesa, que foi reencaminhada para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
A mulher chinesa, residente em Portugal, regressou da China "no dia 3" de fevereiro, "desenvolveu sintomas no dia 6", tendo sido internada esta segunda-feira no Curry Cabral, detalhou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em declarações à SIC.
Os resultados das análises laboratoriais realizadas no INSA deram negativo, pelo que "terá outra patologia" e "já não são necessárias as medidas de isolamento e contenção que tem tido até agora", acrescentou.
Segundo Graça Freitas, estas análises são definitivas, mas vão ser feitos outros exames para tentar perceber porque é que a mulher chinesa está doente.
Ainda não se sabe os resultados das análises do sexto caso suspeito de coronavirus em Portugal, uma vez que as amostras biológicas do doente, um brasileiro, igualmente regressado da China, internado no Porto, foram enviadas para o INSA, localizado em Lisboa.
Na semana passada, dois homens, a rondar os 40 anos, foram internados no Curry Cabral com sintomas (febre, fadiga, dificuldades respiratórias) coincidentes com os do vírus da China, que já provocou mais de 900 mortos. Há duas semanas, um homem italiano de 62 anos constituiu um caso suspeito de coronavírus, no Porto, e outro doente regressado de Wuhan, na China, esteve em observação, em situação de isolamento, em Lisboa. Todas as análises feitas a estes doentes não acusaram a presença do vírus de Wuhan.
O número de infetados por coronavírus já atingiu os 40 mil e o de mortos os 910, ultrapassando assim as mortes por SARS, uma síndrome respiratória aguda grave que assolou o mundo em 2002 e 2003. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. Mas apenas dois dos mortos foram fora da China continental: um em Hong Kong e outro nas Filipinas. Na Europa, foram notificados 37 casos, um deles em Espanha.
Portugal tem 20 cidadãos em isolamento profilático voluntário, repatriados há uma semana da cidade chinesa de Wuhan, o epicentro da epidemia. Nenhuma destas pessoas apresenta sintomas de infeção por coronavírus, até ao momento, e as análises que fizeram à chegada ao país deram negativo. Deverão ser repetidas antes de deixarem a quarentena no Hospital Pulido Valente, em Lisboa.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que varia entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado. A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.