Benfica adquire três ventiladores para o SNS

O clube, através da Fundação Benfica, adquiriu três ventiladores que vai doar aos hospitais das áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Coimbra.
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O Benfica anunciou, esta terça-feira, medidas para ajudar quem mais precisa e está mais vulnerável no combate à pandemia de covid-19. O clube fez saber que adquiriu três ventiladores, equipamento fundamental no tratamento dos casos mais graves de infeção causada pelo novo coronavírus, e que os vai ceder ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Através da Fundação Benfica, o clube divulgou que, em parceria com a GNR, vai prestar um "apoio social de emergência a cerca de 3 mil idosos isolados e já sinalizados ao abrigo do 'Programa Apoio 65 - Idosos em Segurança'", uma iniciativa do Ministério da Administração Interna e implementada pelos militares da GNR.

"Trata-se de uma decisão e medida implementada de forma atempada e que procura atuar, desde já, junto de um dos grupos de maior fragilidade a nível nacional e que, face ao contexto de pandemia associada ao novo coronavírus, ficará, naturalmente, mais exposto pela quebra de parte da sua rede de suporte que se perspetiva", considerou o Benfica, em comunicado.

Este apoio social de emergência "passará, numa primeira fase, pela atribuição de 3000 packs alimentares individuais sob a sigla 'Juntos cuidamos de si' e reforçará o objetivo do Programa em curso de forte proximidade junto deste grupo de elevado risco, dado tratar-se dos 3000 casos de maior fragilidade social entre o total de 41 000 envolvidos no Programa", especifica o clube.

Ventiladores para os hospitais da área metropolitana de Lisboa, Porto e Coimbra

O clube liderado por Luís Filipe Vieira anunciou ainda que "foram já adquiridos três ventiladores que serão colocados à disposição do Serviço Nacional de Saúde, designadamente com destino a hospitais da área metropolitana de Lisboa, Porto e Coimbra".

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, em entrevista à SIC, que Portugal conta atualmente com 1142 equipamentos de ventilação, fundamentais no tratamento dos casos mais graves de infeção pelo novo coronavírus.

"Nós temos, fora blocos operatórios de urgência, fora unidades de queimados, 1142 ventiladores para adultos. Claro que não estão todos disponíveis porque há muitas pessoas que estão internadas e que estão a ser ventiladas, ou que foram operadas, ou porque estão com uma pneumonia normal", afirmou o chefe do Governo.

Costa garantiu que Portugal não tem "nenhuma carência de ventiladores", mas justificou que está a ser feito um reforço "na previsão do pior dos cenários", e porque se vive "uma situação anormal".

Clube analisa outras formas de apoios

A Fundação Benfica fez saber também que, "além da manutenção permanente da ligação da Fundação Benfica com os seus beneficiários diretos e respetivas famílias", vai continuar a realizar um trabalho de avaliação contínua da evolução da pandemia em Portugal.

"Procuraremos encontrar, entretanto, novas formas inovadoras de contribuir positivamente enquanto parceira ativa do Estado e da Sociedade Civil", informou a fundação.

Em Portugal há 448 casos confirmados e uma morte, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta terça-feira (17 de março).

Há ainda 323 pessoas a aguardar o resultado das análises laboratoriais, três recuperadas e 6852 em vigilância pelas autoridades de saúde. Embora Portugal tenha registado o primeiro caso de covid-19 no dia 2 de março, desde o primeiro dia do ano já houve 4030 casos suspeitos.

Já existe em Portugal transmissão local e há 19 cadeias de contágio. "Estamos na fase de aceleração do contágio", admitiu o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, em conferência de imprensa, no final da manhã desta terça-feira.

A maior parte destas cadeias têm origem em casos importados. Há 18 doentes notificados com ligações a Espanha, 17 a Itália, 13 a França, 8 à Suíça, e um da Alemanha e Áustria, Andorra, Bélgica, Países Baixas e Reino Unido.

O país está em estado de alerta, mas esta terça-feira o Governo decretou estado de calamidade em Ovar, concelho do distrito de Aveiro, onde existe um elevado número de casos confirmados de covid-19 e um "risco de transmissão generalizada". Um município onde há um quadro de "transmissão ativa na comunidade", afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa.

Uma decisão que surge na véspera do Conselho de Estado, convocado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcado para esta quarta-feira, onde vai estar em cima da mesa a possibilidade de decretar estado de emergência no país.

O novo coronavírus já infetou 186 676 pessoas em todo o mundo. Destas, 80 338 já recuperam. Morreram 7 471 cidadãos.

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