O final de um ano convida sempre ao balanço. A olhar para trás, 2025 ficará marcado como um ponto de viragem na vida política portuguesa. Não apenas pelos resultados eleitorais, mas sobretudo pela mudança profunda que se fez sentir na relação entre os cidadãos e a política. Foi um ano em que muitas pessoas deixaram de se resignar, levantaram a voz e decidiram participar ativamente no futuro do país.As eleições legislativas trouxeram um sinal claro e inequívoco: o CHEGA tornou-se o segundo maior partido em Portugal. Um resultado histórico, que rompeu com décadas de bipartidarismo e provou que o sistema político deixou de responder às expectativas de uma parte significativa dos portugueses. Não foi apenas uma grande noite eleitoral, foi a confirmação de que existe uma nova realidade política, construída com votos, com coragem e com uma exigência maior de responsabilidade.Este crescimento não surgiu por acaso. Foi o reflexo de um trabalho consistente, de uma presença permanente no terreno, de uma linguagem direta e de uma recusa clara em alinhar com consensos fáceis que pouco resolvem. O CHEGA passou a ter uma voz determinante no Parlamento e essa voz fez-se ouvir, incomodando, questionando e obrigando o poder a prestar contas.Também nas eleições autárquicas se verificou uma evolução significativa. O CHEGA conquistou a presidência de três câmaras municipais e aumentou o número de eleitos e mandatos em todo o país. É verdade que os resultados ficaram aquém das ambições iniciais, mas crescer, consolidar estruturas locais e afirmar-se como alternativa real em tantos concelhos é, por si só, um sinal claro de maturidade política e de enraizamento no território. No plano pessoal, este foi também um ano de continuidade e de responsabilidade acrescida. Mantive-me como deputado na Assembleia da República e assumi, com orgulho, a vereação na Câmara Municipal de Viana do Castelo pelo CHEGA. Dois espaços distintos, mas complementares, onde a missão é a mesma, representar as pessoas, fiscalizar o poder e defender soluções concretas para problemas reais.Ser deputado é dar voz a quem muitas vezes não a tem. Ser vereador é estar ainda mais próximo, conhecer os rostos, as dificuldades e as expectativas de uma comunidade concreta. Em ambos os papéis, a coerência e a proximidade não são opcionais, são uma obrigação ética e política.Este ano demonstrou que o CHEGA deixou definitivamente de ser um fenómeno de protesto para se afirmar como uma força política estruturante. Uma força que cresce, que aprende com os resultados, que reconhece erros e que mantém um rumo claro. A nossa presença incomoda porque representa mudança. E a mudança, por definição, nunca é confortável para quem se habituou ao poder sem escrutínio.O ano que termina deixa desafios enormes pela frente, económicos, sociais e institucionais. Mas deixa também uma certeza inabalável, há cada vez mais portugueses que recusam o conformismo e que acreditam que a política pode, e deve, ser diferente.O CHEGA tem voz. Tem presença. E tem responsabilidade. O próximo ano exigirá ainda mais trabalho, mais rigor e mais proximidade. É com essa consciência que encaro o futuro, convicto de que a mudança iniciada já não tem retorno.E porque quando as pessoas acreditam, participam de forma consciente e determinada, vivem este sentimento de mudança, a política transforma-se e Portugal muda.Economista e deputado à Assembleia da República pelo Chega