Sudão. A guerra esquecida de 2024. Falta-lhes um Clooney para 2025!
Começo por remetê-lo/a para a publicação do final de agosto, sob o título E o Sudão, pá?, onde tento enquadrar o conflito e o comparo em números, face às “guerras preferidas do sistema”!
Do black lives matter? Not quite!
Isto diz tudo sobre África e sobre nós também! Foi a partir de abril de 2023 que o conflito no Sudão ganhou uma escala épica, levando as organizações humanitárias a considerarem o cenário esquecido enquanto “a maior crise humanitária do mundo”, à qual nós podemos acrescentar, do século! Acrescentar a estes 16 milhões de deslocados, algo que os ocidentais desconhecem e os que o conhecem, geralmente manuseiam-no de forma a levarem o raciocínio ao respectivo “moinho”. Falo de racismo, de racismo em África entre africanos!
A jovem Maryam Suleiman, agora refugiada no Chade, contou ao New York Times como as Forças de Apoio Rápido (FAR) “arrombaram a sua aldeia” no Sudão. As FAR equivalem à reciclagem feita à Milícia Janjaweed (se mencionar Darfur, já se lembrará certamente)!
Contou a Maryam que “esta tropa fandanga” ao chegar à aldeia, separou os homens das mulheres. Maryam só tremeu quando abriram a boca e disseram ao que vinham: “Não queremos ver pretos, nem tão pouco queremos ver sacos-do-lixo pretos!” De seguida, continua a jovem refugiada, “ao terminar esta declaração apontou a arma a um burro preto e disparou, sinalizando o futuro dos homens da minha aldeia, da minha família (cinco irmãos)”. Todos os homens a partir dos 10 anos foram executados, guardando-se as mulheres para o prazer e para mais uma geração de filhos rejeitados por terem mães negras, já que os pais têm sangue árabe, colocando-os no “patamar dos puros”!
A prova da “moda das guerras”, ou “das guerras da moda”, é o facto de há 20 anos Hollywood ter “desaguado no Darfur” com o Clooney, a Angelina e a “Harry” J. K. Rowling. Onde estão vocês agora? Pois é, a apoiar o “Zé Lensky”!
Mas de certeza que da Ucrânia não trarão histórias como esta contada pelo Clooney, que quando chegou ao Darfur foi anunciado como o Grande que é e a canalha correu toda para abraçar o camera man! True story.
Que O Altíssimo vos proteja, oh invisível Maryam Suleiman, mais os teus 16 milhões, que Hollywood tem outros planos para 2025!