Opinião
16 junho 2021 às 14h56

Seleção jogou à campeã com Rafa e Renato Sanches

Simões Ilharco

Foram dez minutos à campeão, como titulou, e bem, o jornal A Bola, no jogo em que vencemos a Hungria por 3-0. Mas, para isso, seriam fundamentais as prestações de Rafa e Renato Sanches, sobretudo do primeiro, que, ao entrarem na equipa, deram um fôlego atacante à Seleção.

Creio, para mim, que tanto um como outro dos jogadores em apreço deveriam ser titulares. Não tenho a menor dúvida de que Rafa é melhor do que Bernardo Silva e que Renato Sanches rende mais do que Bruno Fernandes, demasiado individualista.

O meio-campo da nossa Seleção precisa, aliás, de ser repensado, pois William Carvalho e Danilo são jogadores muito iguais, ambos defensivos, incapazes de progredirem no terreno e levarem a equipa p'ra frente.

Um dos dois terá de ser sacrificado, preferia que fosse Danilo, em nome de um futebol mais criativo e ofensivo. Não fica bem ao campeão da Europa jogar com dois trincos.

O jornal Record também titula com rara felicidade - acordaram a fera. Ronaldo beneficiou, sem dúvida, do penálti que cometeram sobre Rafa e ainda dos passes deste mesmo jogador no terceiro golo. Por isso, agradeceu à equipa, pelo facto de ter batido mais recordes. Adeus Platini!

Não penso que os próximos jogos com a Alemanha e a França, adversários fortíssimos, sejam para nós derrotas antecipadas. Se Fernando Santos souber ler bem o que se passou no jogo com a Hungria, e alterar o onze inicial, Portugal terá uma palavra a dizer, sabendo, para mais, que alemães e franceses jogam abertos, ao contrário dos húngaros, que fizeram honras ao catenaccio italiano.

O terceiro golo de Portugal foi um hino ao futebol, com mais de 30 passes entre a nossa equipa, e com parte final soberba de Ronaldo e Rafa. Ao verem esse golo, os alemães e franceses também devem ter ficado com receio de nós. E não só. Um campeão da Europa, como é o caso de Portugal, infunde sempre respeito.

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