Recomeços…
Sempre que o verão se despede e o mês de setembro chega, pensamos em recomeços. É mais um ano letivo que se anuncia. São desejos expressos e promessas que se fazem, agora, que as baterias estão (pelo menos, um pouco mais) carregadas. É chegada a hora de mais um recomeço - ou recomeços -, e procura-se o trilho de um caminho que se espera mais positivo e gratificante.
Se é muito importante pensar desta forma, abordando os novos ciclos com ímpeto e entusiasmo, é igualmente importante que se mantenha alguma dose de realidade. Sem esta, existe uma enorme probabilidade de sermos inundados por sentimentos de frustração e desilusão.
Significa isto que devemos pensar nos processos de mudança passo a passo, um de cada vez, sem acharmos que, de repente, tudo muda. Sejam mudanças mais significativas - como a decisão de um divórcio (tão frequente no período pós-férias) ou a mudança de emprego - ou menos, como fazer uma dieta, redecorar a casa ou adotar um estilo de vida mais saudável.
Não esqueçamos ainda que, olhando para trás, percebemos muitas vezes que, em anos anteriores, fizemos exatamente as mesmas promessas. Um pouco à semelhança do que acontece na passagem de ano. Muitas delas permanecem ainda por cumprir, os dias vão-se arrastando uns atrás dos outros e a rotina acaba por tomar conta do assunto. Que esta constatação não nos abale e nos retire a determinação de, agora, fazermos de uma forma diferente. Às vezes existem mudanças que precisam disto mesmo - um tempo em que tudo permanece exatamente igual para depois, então, se avançar.
Se neste início de setembro decidiu mudar algo, estabeleça um plano realista com pequenos passos, antecipe possíveis obstáculos e contrariedades e formas de os ultrapassar, rodeando-se do suporte necessário para que consiga prosseguir. Assuma com naturalidade que, por vezes, após um passo para a frente são dados dois passos para trás - que podem servir como alavanca para os passos que se seguem em direção ao que se pretende.
Mudar não é fácil, implica sair das nossas zonas de conforto e gera sempre alguma ansiedade. Afinal de contas, caminhamos rumo ao desconhecido. Mas é da mudança que surgem novas aprendizagens que nos desafiam a crescer, continuamente. São as mudanças que nos permitem ainda redescobrir quem somos.
Possamos, pois, mudar e recomeçar, lentamente, reconhecendo e vencendo os nossos medos, que são parte inerente de todo este processo.