Preparar o Futuro

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Esta segunda parte do ano tem vários marcos relacionados com a saúde, tal como, o dia mundial da saúde mental, o outubro rosa ligado ao cancro da mama e o novembro azul para chamar à atenção da saúde masculina, em particular do cancro da próstata. Também se destacam as campanhas de vacinação, nomeadamente para a gripe. Tudo isto é matéria de foco nas organizações com campanhas de sensibilização para estas temáticas.

Embora as campanhas sejam importantes, promovam literacia e despertem os colaboradores para a importância da prevenção e despiste de certas doenças, facilitem o acesso a meios como as vacinas ou consultas de medicina curativa, não preparam o futuro da organização. Inclusive, atualmente, o papel da medicina do trabalho e das áreas de suporte que se debruçam sobre a saúde das pessoas da organização, e o papel da medicina geral e familiar parecem sobrepostos, ou seja, uma duplicação de recursos com pouco retorno.

Para preparar o futuro das organizações é fundamental conhecer a sua demografia, e criar sinergias entre as várias áreas de suporte para tomar decisões concertadas. Médicos, enfermeiros e psicólogos da área do trabalho, profissionais da segurança e recursos humanos são complementares porque têm acesso a diferentes informações importantes para a construção da melhor estratégia para as pessoas da organização.

O patamar do apto versus não apto para trabalhar é pouco para organizações que tenham ambição de crescimento e que querem ser competitivas. É preciso estudar a população ativa, conhecer os riscos a que estão expostas, as características da fase de vida em que se encontram ou que vão entrar e que possam influenciar a sua capacidade produtiva, atuando em conformidade. Por exemplo, se uma faixa significativa da população feminina se encontra entre os 45 e os 55 anos, a menopausa é um tema relevante, se existe uma percentagem considerável de pessoas em excesso de peso, temas como a alimentação saudável, exercício físico e a sensibilização para doenças que possam advir desta questão são essenciais. No entanto, para organizações com demografias diferentes estes podem não ser os temas primordiais, embora sejam apetecíveis por serem tendência no momento.

Além de perceber que questões de saúde ou sociais possam, neste momento, estar a diminuir a capacidade produtiva das pessoas e criar soluções nesse âmbito, o foco também deve ser preparar o futuro da empresa. Com as características atuais da organização, o sector, tipo de trabalho desenvolvido, a localização, entre outros aspetos, importa perceber que problemáticas ou doenças se possam antecipar como prioritárias dentro de três, cinco, dez anos e, idealmente prevenir, controlar efeitos ou adaptar a essa futura realidade. Quando tivermos esta visão ganhamos todos: pessoas, organizações e sociedade.

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