Postos à prova!
Entre os meses de abril e maio estão a ocorrer diversos eventos que nos lembram que os nossos valores e crenças são constantemente postos à prova. Por um lado, existem dias comemorativos para nos lembrar a história e de como algumas lutas continuam bastante atuais. Por outro, nas diversas situações do dia-a-dia, inclusive nos eventos imprevisíveis, as decisões que tomamos e a forma como agimos são reais testes à nossa coerência.
O falecimento do Papa Francisco, que tanto marcou crentes e não crentes, principalmente pela sua forma de ver o mundo e a Igreja Católica, pela sua postura humilde, mas firme perante todos os desafios que viveu no seu Pontificado. Assim, abriu-se espaço para uma escolha do caminho a seguir, em primeiro lugar no Conclave, mas também em cada pessoa, se segue ou se questiona. Estaremos à prova, na capacidade de dar continuidade aos valores do diálogo, da inclusão, da igualdade, entre outros, ou de retroceder.
Neste período houve duas datas comemorativas muito importantes: o 25 de abril - Dia da Liberdade, e o 1 de maio - Dia do Trabalhador. Duas batalhas eternas que extravasam os dias das próprias celebrações. Por direitos que são deveres, porque cada um tem responsabilidade para que o outro tenha liberdade na forma de pensar, falar ou estar. Da mesma forma, para que todos tenham boas condições de trabalho, para que sejam respeitadas as suas necessidades e direitos. Em coisas simples, como o contributo para um bom ambiente de trabalho e no suporte entre pares.
No Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho, dia 28 de abril, muitos colaboradores não conseguiram trabalhar pelo apagão ou tiveram que o fazer em condições mais difíceis. Uma irónica celebração deste dia, em que ficou claro que a prevenção ainda é escassa e onde a segurança ficou posta em causa pela dificuldade em antecipação e preparação de situações que saem da normalidade. Duas palavras que são resultado de decisões consecutivas, que só se tem consciência do impacto no futuro, quando são colocadas à prova.
Para culminar esta sequência de dias, e de outros possíveis acontecimentos, começamos a vaga de eleições. Um direito que também é um dever, que agradecemos e celebramos entusiasticamente ao passarmos por datas históricas como o 25 de abril mas, mais uma vez, será posto à prova. É uma chamada para decidir que valores queremos que guiem o nosso país, como queremos viver a liberdade, que condições de trabalho esperamos ter, qual o espaço para o diálogo e para a igualdade. Faltar à chamada é escolher ficar à margem.
Quando começarmos a ser coerentes com as nossas crenças, valores, e convicções, nos diversos momentos, não só em dias festivos mas também no quotidiano, mas nas diversas oportunidades que temos, ganhamos todos: pessoas, organizações e sociedade.