Política Nacional. Frases simples para momentos complicados

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Nos últimos trinta anos o PS governou o país, intercaladamente, durante vinte e dois anos. 

Nos oito anos de 2015 a 2023 a geringonça, invenção socialista com a assinatura de António Costa destruiu o BE e o PCP reduzindo a cacos uma esquerda utópica e idealista que sonhou, então, com umas migalhas de poder. 

A 7 de Novembro de 2023 uma demissão mal explicada deixou o país órfão de Governo e o PS abandonado à sua sorte. 

Com Costa afundado nos sofás de Bruxelas um grupo de jovens turcos, mal preparados, politicamente imberbes e a sonharem com os amanhãs que cantam tomou conta do PS. 

Este grupo, chefiado por Pedro Nuno Santos (PNS), retirou ao PS todo o seu património político de partido central da sociedade portuguesa, responsável, com sentido de Estado, herdeiro dos mais valiosos princípios e valores deixados por Mário Soares.  

Com a “gestão” de PNS, o PS iniciou um combate contra moinhos de vento com vários D. Quixotes como protagonistas. 

Uma “casca de banana” na forma de moção de confiança do Governo da AD, estrategicamente, deixada  por Luís Montenegro e Cavaco Silva, levou ao trambolhão de PNS e sus compañeros que, votando-a, favoravelmente,  se estatelaram com as consequências eleitorais que todos temos presente.  

O diagnóstico é, agora, conhecido. Um PS com o terceiro pior resultado da sua história reduzido a 58 deputados, um Chega que poderá subir a segundo partido parlamentar , um governo da AD reforçado e uma esquerda esfrangalhada e pulverizada. 

E agora? 

Agora o país tem um problema de estabilidade governamental. Mesmo que o Governo diga que não, tem mesmo! 

Que fazer então para resolver este imbróglio nacional? 

O Governo da AD para ter estabilidade e governabilidade tem de abandonar a política pendular de alianças. Ou escolhe o PS ou escolhe o Chega. Mas que escolha! Um deles! 

Pendular alianças de um lado para o outro levará a novas eleições, não tarda. Fatal como o destino! 

O PS, caso queira reposicionar-se, tem, rapidamente, de fazer eleições directas e escolher um novo líder que reponha o partido no corredor da centralidade política da sociedade portuguesa. Um novo líder que tenha sentido de Estado, seja sensato, moderado, que pense no país e não tenha pejo em estabelecer com a AD um acordo de incidência parlamentar ou qualquer outro instrumento que dê estabilidade e governabilidade ao país. E pode começar já votando contra  a moção de rejeição do PCP. 

Portanto, um renovado PS que escolha um novo líder, rapidamente, e não fique a apodrecer à espera de um Congresso que pouco vai decidir ou de eleições autárquicas que poderá perder. 

Ao escolher de imediato uma nova liderança poderá retomar a sua tradição democrática e institucional e, dentro de anos, talvez, recriar a sua postura de pilar central da sociedade portuguesa. 

Mas, por outro lado, poderá acontecer que Luís Montenegro atire o “ não é não” para o caixote de lixo da História e inicie “contactos” mais ou menos aprofundados com o Chega. 

Ok, não virá daí grande mal ao Mundo. Um dia o Chega vai ter de mostrar a todos os portugueses a mestria e a facilidade com que resolve os problemas do país. 

Sim, falar na oposição é facil e o Chega já demonstrou que é de verbo fácil e parece ter por lá uma varinha mágica que tudo resolve.  

Pois bem, estamos desejosos de ver o virtuosismo do Chega na resolução dos problemas do país.  Seguramente vão nascer habitações, as filas das urgências na saúde vão ficar vazias, a corrupção vai desaparecer por milagre, os imigrantes vão todos fazer as malas e regressarem aos países de origem.  

E veremos, então, se o Chega entrar ou se aproximar do Governo, não será a maneira mais eficaz de constatar que, afinal, o “rei vai nu”. 

Contudo é à Aliança Democrática que cabe escolher. Não adianta a AD ficar a meio da ponte afirmando que as oposições têm de ter sentido de Estado e responsabilidade. Pois têm. Mas o primeiro protagonista político a praticar esse sentido de Estado e o primeiro responsável para que haja um governo estável e eficaz é Luís Montenegro que ganhou as eleições. É ele quem deve decidir a política de alianças. Faça-o, então, sem hesitações e sem meias tintas. Decida-se. Assuma as suas responsabilidades. Foi para isso que os portugueses lhe deram a vitória. 

Jornalista

Diário de Notícias
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