Parabéns, DN

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Parabéns ao Diário de Notícias, por 160 anos a marcar presença nos media portugueses. São muitos anos, sem dúvida. São décadas de notícias, que atravessam a nossa história comum e preservam um património de memórias coletivas que é bom nunca ser esquecido.

É fundamental que nunca se esqueçam os momentos da nossa História. E o DN assistiu a muito e, graças ao esforço de várias gerações de jornalistas, deixou tudo registado. Registou a vida numa monarquia e a queda de um rei. Registou as sucessivas revoluções e contra-revoluções da 1ª República. Registou todo o período do Estado Novo. Registou a passagem para a democracia, o período pós-revolucionário, a entrada na União Europeia. Registou tudo. Regista sempre.

O Diário de Notícias é especial. Porque é o mais antigo jornal nacional em circulação, é o único que conta, por exemplo, com o palmarés de ter feito a cobertura jornalística de todas as vindas de Papas a Portugal. Acompanhou Paulo VI, quando o regime de Salazar resistia à presença, em Portugal, do Sumo Pontífice que recebeu no Vaticano uma delegação dos movimentos africanos pró independência. O DN acompanhou as três visitas de João Paulo II e até mesmo a paragem técnica que o Papa polaco fez no aeroporto da Portela, quando seguia a caminho da América Central. Acompanhou a única visita de Bento XVI a Lisboa e ao Porto. Acompanhou as duas visitas do nosso querido Papa Francisco a Portugal e esteve presente nos intenso dias da belíssima Jornada Mundial da Juventude de Lisboa.

A História do DN é um pouco da nossa História. Faz parte da História coletiva e das nossas vidas. Registou muitos momentos de alegria, de progresso e de desenvolvimento. Mas, também, as épocas de dificuldade, crise e insucessos. O património do Diário de Notícias inclui tudo isto. E os seus trabalhadores, jornalistas, fotógrafos, gráficos e todos os elementos que constituem uma redação sabem bem o que é resistir. O jornalismo vive dias difíceis - o Mundo vive dias difíceis -  e o DN é, também, um exemplo de resiliência, de capacidade de  superar dificuldades e de encontrar caminhos para continuar esta história longa de 160 anos.

E são nestes momentos difíceis, que é importante não deixar cair a esperança. E, mais uma vez, o Papa Francisco inspira-nos a continuar e a nunca desistir. Na abertura do Ano do Jubileu, que agora começa e se prolongará até dia 6 de janeiro de 2026, o Santo Padre inovou de novo uma tradição que data de 1300, abrindo uma ‘porta santa’ num dos maiores complexos prisionais de Itália, a prisão de Rebibbia, nos arredores de Roma. As portas santas dos anos jubilares eram, até agora, reservadas às principais catedrais de Roma. Mas, Francisco preferiu abrir o Jubileu, começando por se dirigir aos presos e mostrar-lhes - sobretudo a eles que perderam tudo e a sua liberade -  que “a esperança não dececiona”.

“Em momentos difíceis, todos nós podemos pensar que tudo acabou”, disse o querido Papa Francisco. “Não percam a esperança. Esta é a mensagem que quero deixar-vos Não percam a esperança”. 

E eu, faço minhas as palavras do Papa Francisco e desejo ao DN que continue a fazer História e a registar as nossas memórias coletivas por muitos e longos anos. Parabéns, ao Diário de Notícias.
 
Bispo de Setúbal

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