Perigo! Está a chegar o tempo de Marcelo

Já chegam as aventuras dos outros, sentenciou o Presidente da República, na grande conferência do DN. Marcelo Rebelo de Sousa falava da Europa e da ideia peregrina de também fazermos um referendo por estas bandas, mas o Presidente parece é preocupado com a falta de juízo que pode estar para chegar em força e criar uma crise política, porque o consenso político sobre a Europa, que sempre existiu em Portugal, é chão que deu uvas.

O PSD e o CDS estão radicalizados em defesa desta Europa como a conhecemos. Pragmáticos e convencidos de que isto é melhor do que nada e que não há espaço para grandes alternativas. Apostados em provar, com o falhanço do actual governo, que merecem regressar ao poder.

PCP e Bloco de Esquerda estão radicalizados no campo oposto. Querendo provar que é possível ter um governo de esquerda, que não capitula como capitulou o Syriza na Grécia. De tanto torcer, a preferir quebrar, se o sistema financeiro voltar a impor as suas regras ao poder político.

Sobra o PS, correndo o risco de parecer uma barata tonta, olhando para a direita, sempre que é Bruxelas a determinar o caminho e quando à esquerda há cada vez menos apetite para engolir sapos. Apostado em provar que, se isto correr mal, a culpa é da direita que deixou o país de rastos e da sua esquerda que não teve resistência para fazer o caminho alternativo.

Vamos voltar a ter um Verão Quente. Politicamente falando, é claro! Já está, aliás, em curso a grande encenação, com meias palavras das principais lideranças, tudo a marcar terreno para a tragédia que pode chegar. Politicamente falando, é claro! E, no meio disto tudo, Marcelo quer auscultar a temperatura, tentando perceber se vai haver mortos e feridos. Politicamente falando, é claro!

Pode estar a chegar, mais rápido do que ele esperava, o tempo de Marcelo. Ele que diz, com razão, que a larga maioria do povo quer estar com a Europa e sabe que isso tem um preço a pagar pelo muito que há a ganhar. Tem de ser capaz de liderar a maioria silenciosa. Por muito que as redes sociais nos digam o contrário, uma larga maioria dos portugueses não faz parte das claques. A maioria não acha que uns fazem tudo mal e outros fazem tudo bem. O mais popular dos políticos portugueses tem de ser capaz de capitalizar a relação de afectos que tem com os portugueses. Marcelo não vai poder continuar eternamente neste jogo, ele não pode contentar-se em ser o chefe da maior das claques. Está a chegar a hora de Marcelo ser o Presidente de todos os portugueses.

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