Os novos DDT: grávidas e velhos nas filas!
A discussão que vai para aí: indivíduo versus sociedade... Enfim, o velho debate travado na capoeira livre, onde galinhas cacarejam histéricas só porque entrou a raposa livre a tentar honesto diálogo. É lindo ver filósofos nacionais - a Olga Matapolíticos, o Carlos Completo... - retomando questões que já separaram Proudhon e Marx em grossos volumes. Ao citado Completo bastaram duas palavras: "Acho mal." Ora, o quê? Debate-se, neste e outros jornais, nas caixas de comentários, o eterno tema: deve o Estado interferir nas relações humanas? Eu acho que sim, mas talvez seja porque o meu vizinho, que mora num T0, tem braços mais largos do que eu as coxas e temo que a minha porta de entrada e eu próprio não sejamos suficientes para proteger o meu T3. Mas a questão, por estes dias, é a fila nos supermercados. O Estado resolveu proteger grávidas, velhos e deficientes. Ao que parece, passaram a ser os Donos Disto Tudo, na secção das filas. Para a semana, têm prioridade com o mesmo desplante que o Espírito Santo tinha o iate. Eu, que na questão do vizinho me tranquilizou saber que, além dos meus fracos bíceps, havia uma esquadra de polícia no bairro, sobre as prioridades nas filas não tinha ideia formada. Passei a ter: li as caixas de comentários. "Como vão ficar os congelados dos clientes normais?", temia um indignado normal, por causa da prioridade dada aos velhos. Bem-vindas as multas que, sobre filas, vão pôr tal gente na linha.