O Peru e o 'Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico — APEC2024'

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Na semana passada, realizou-se em Lima a 31.ª Cimeira de Líderes das economias do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), sobre o lema “Capacitar, Incluir, Crescer”. Criado em 1989, este fórum económico reúne 21 economias da região Ásia-Pacífico, considerada a mais dinâmica do mundo.

Desde a sua criação, tem servido como mecanismo de coordenação de políticas entre economias que representam mais de 60% do PIB mundial, quase 50% do comércio mundial e reúne 40% da população global.

Da mesma forma, é um espaço valioso para fortalecer laços, promover o crescimento económico, a cooperação e o livre comércio. Em última análise, procura melhorar o ambiente comercial e de investimento nas 21 economias.

Em Lima, a presidente do Peru, Dina Boluarte, recebeu os presidentes dos Estados Unidos; da República Popular da China; o sultão de Brunei; os chefes de Estado e de Governo da Malásia, Indonésia, Vietname, Chile e os primeiros-ministros do Canadá, Austrália e Japão, entre outros líderes mundiais.

Paralelamente a esta reunião, realizou-se, como habitualmente, a reunião do Conselho Consultivo Empresarial da APEC (ABAC), que incentiva a participação do setor privado e constitui o canal para que este contribua diretamente para a formulação de políticas.

A cimeira aprovou 11 declarações ministeriais que abrangem áreas-chave para o crescimento económico e social da região Ásia-Pacífico, tais como a Declaração Ministerial da APEC do Fórum das Mulheres e da Economia, a Declaração Ministerial sobre Energia e a Declaração do Diálogo de Alto Nível sobre Saúde e Economia, além de outras iniciativas focadas em comércio, segurança alimentar, turismo e mineração.

Salienta-se também a Declaração Conjunta que destaca o progresso na agenda de três prioridades estabelecidas pela Presidência peruana: comércio e investimento para um crescimento inclusivo e interligado; inovação e digitalização para promover a transição para uma economia formal e global; e crescimento sustentável para um desenvolvimento resiliente.

Por seu lado, os líderes adotaram a Declaração de Machu Picchu, abordando prioridades estratégicas para fortalecer a cooperação na região Ásia-Pacífico: inovação e sustentabilidade; acabar com as lacunas digitais; sustentabilidade ambiental; equidade e inclusão; fortalecer o comércio e o investimento.

No âmbito da visita do presidente Xi Jiping, foi inaugurado o Megaporto de Chancay (com capitais chinesas e peruanas) que, segundo especialistas, fará do Peru o primeiro centro logístico americano no Pacífico Sul, um marco pela sua conectividade marítima com o Sudeste Asiático - o que impulsionará a economia, impulsionará as exportações (inclusive da região) e gerará novas oportunidades comerciais.

Em conclusão, a escolha do Peru como sede desta Cimeira e o exercício bem-sucedido da sua Presidência pela terceira vez (anteriormente em 2008 e 2016) fortalecem o seu posicionamento na Ásia-Pacífico e consolidam a sua imagem como país enquanto parceiro confiável, abrindo novas oportunidades de comércio, investimento e cooperação internacional, visando o bem-estar da sua população. O Peru mostrou mais uma vez à China, aos Estados Unidos e a outras economias que lideram o crescimento global, as enormes oportunidades de investimento e o potencial de transformação produtiva no país.

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