A Assembleia da República aprovou ontem, em votação final global, o Orçamento do Estado para 2026. O Chega votou contra, reafirmando a sua posição desde o primeiro momento: este é um Orçamento que não responde às necessidades das famílias, das empresas e do país. É um Orçamento curto, insuficiente e que continua a pedir sacrifícios aos mesmos de sempre, numa carga fiscal de 34,7 do PIB.Apesar de termos conseguido aprovar na especialidade várias propostas importantes, algumas delas reclamadas há anos por instituições públicas e pela sociedade civil, a verdade é que o núcleo essencial do Orçamento não mudou. E, por isso, o nosso voto também não mudou. Mantivemos o voto contra por coerência, responsabilidade e respeito pelos portugueses que trabalham, produzem e sustentam este país.O Governo apresentou um Orçamento que continua a seguir o mesmo caminho de sempre e de inspiração socialista. Impostos altos, carga fiscal sufocante, promessa fácil e incapacidade de reformar o Estado. É um documento que dá com uma mão e tira com a outra, fingindo aliviar as famílias e empresas, enquanto continua a financiar uma máquina pública pesada, ineficaz e incapaz de corresponder às necessidades do país.Ao longo da discussão da especialidade, procurámos soluções, criámos pontes e apresentámos propostas construtivas. Fomos claros: queríamos um país mais leve fiscalmente, mais justo e com mais oportunidades para quem trabalha. Queríamos um Estado que apoiasse a economia real, e não apenas quem vive permanentemente de subsídios.Mas o Governo foi intransigente. Recusou mudar o rumo, recusou aliviar a classe média, recusou cortar no desperdício do Estado, recusou mexer nas gorduras que todos conhecemos e enchem com mais quase 3.000.000,00 € de impostos, esvaziando a carteira dos Portugueses.Ainda assim, conseguimos avanços importantes. O Chega teve propostas aprovadas desde a construção de novas vias estruturantes, à resposta às necessidades do Tribunal Constitucional. Fizemos o que o país precisava e o que outros nunca tiveram coragem de fazer. Mas é preciso dizer com clareza: aprovar medidas avulsas não transforma um mau Orçamento num bom Orçamento. Não altera a matriz que castiga quem trabalha e beneficia sempre os mesmos.O Governo mantém um modelo fiscal insustentável.As famílias continuarão a sofrer com retenções na fonte que agora parecem um alívio, mas que serão cobradas brutalmente no próximo IRS. Os combustíveis vão continuar a penalizar quem precisa de se deslocar para trabalhar. As empresas verão desaparecer a competitividade esmagada por impostos. E o país continuará sem reformas, sem visão e sem rumo.Neste Orçamento, o Governo limitou-se a gerir expectativas políticas. O PS absteve-se para “parecer moderado”, o PSD aproximou-se para “parecer responsável”, e assim os velhos partidos continuam a empurrar o país para o mesmo beco de sempre.Já o Chega manteve a sua posição com firmeza: fomos coerentes. Dissemos o que faríamos e fizemos o que dissemos. Portugal precisa de verdade e coragem, não de manobras táticas. Portugal precisa de um Orçamento que liberte a economia, que alivie quem trabalha, que corte no desperdício, que garanta saúde, segurança e educação de qualidade. Portugal precisa de escolhas, não de remendos.Por isso, reafirmamos que apesar de termos contribuído com propostas aprovadas na especialidade, mantivemos o voto contra este Orçamento. Porque a coerência é o que distingue quem defende o país de quem se limita a gerir o momento político. Não oferecemos discursos ambíguos nem decisões calculistas.Nós apresentamos uma posição clara e mantém-na, do primeiro ao último dia. E continuaremos, dentro e fora da Assembleia, a lutar por um país mais justo, mais livre e mais exigente com quem governa. Porque é isso que os portugueses merecem.A política faz-se de convicções, não de conveniências. E, para nós, Portugal está sempre primeiroEconomista e deputado à Assembleia da República