O jornalismo de investigação surge nos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial. Nessa altura os jornalistas norte-americanos passaram a exercer uma postura crítica perante o governo dos Estados Unidos. As reportagens de Seymour Hersh sobre a Guerra do Vietname (1970), bem como o caso dos Pentagon Papers (1971) e a célebre cobertura do caso Watergate (1972) marcam uma nova época no jornalismo de investigação. É sobretudo a partir deste momento que se começa a falar efetivamente de jornalismo de investigação..Na sua essência, tem por objetivo alcançar uma sociedade melhor, garantindo o apuramento isento de factos, pois "a verdade não prescreve", conforme afirma Alexandra Borges que tem dedicado a sua carreira ao jornalismo de investigação. No fundo, "o que separa o jornalista quotidiano do jornalista de investigação é a predisposição para escavar"..Esta forma de fazer jornalismo pressupõe a análise minuciosa dos factos, durante o tempo necessário, até esclarecer todos os meandros, possíveis ângulos, pontos de vista e possíveis envolvidos. O jornalismo de investigação é também conhecido por jornalismo de precisão, uma vez que implica informações precisas, sem distorções, com a utilização exata dos termos cuidadosamente selecionados e sem citações fora de contexto. Conforme afirmou Gabriel García Márquez: "A ética deve acompanhar sempre o jornalismo, tal como o zumbido acompanha o besouro.".Atrevo-me a dizer que o jornalismo de investigação só é possível quando é protagonizado por profissionais de grande coragem, que não temem consequências, nem represálias decorrentes dos casos que trazem à luz da verdade imparcial, isenta, sem condicionantes, nem deturpações. Neste grupo, temos bons jornalistas e queremos mais jornalismo de investigação porque acreditamos que pode fazer toda a diferença no Estado de Direito..O jornalismo de investigação promove uma sociedade mais justa, mais ética, mais verdadeira e com esperança num futuro melhor. Uma sociedade onde se respira melhor, sem corrupção e onde se respeitam integralmente os direitos humanos..Em jeito de conclusão, cito Cláudio Abramo: "o jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício quotidiano do caráter.".Presidente do Conselho de Administração da Global Media Group