Igualdade de género: uma causa de todos

Publicado a

A Igualdade de Género não é uma bandeira partidária. É uma causa de justiça, liberdade e bom senso. Trata-se de garantir que todas as pessoas têm as mesmas oportunidades para trabalhar e construir o seu futuro com ambição.

Na União Europeia, uma em cada três mulheres é vítima de violência de género em algum momento da sua vida. Isto devia ser suficiente para nos fazer agir com mais urgência e ambição. Agora que o Parlamento Europeu define a sua posição para a Estratégia para a Igualdade de Género 2026-2030, temos a responsabilidade de lutar por medidas que façam realmente a diferença.

É essencial garantir a aplicação da Diretiva Europeia de Combate à Violência Contra as Mulheres e dar uma resposta firme à violência, incluindo a digital, que afeta sobretudo jovens e mulheres, e ameaça a sua participação na vida pública e política. Quando uma mulher é silenciada ou afastada da esfera pública, todos perdemos. É, portanto, também um ataque à democracia.

A igualdade de género mede-se também na independência financeira. O fosso salarial entre homens e mulheres é ainda uma realidade: em média, na UE, as mulheres ganham menos 12% e recebem pensões 26% mais baixas. Esta desigualdade é inaceitável. Valorizar os setores onde predominam mulheres, aplicar a Diretiva da Transparência Salarial e apoiar o empreendedorismo feminino são passos concretos para transformar vidas e reforçar a competitividade da economia europeia. A igualdade não é só justa - é inteligente. Segundo estudos recentes, uma economia mais inclusiva pode aumentar o PIB europeu até 10%.

A educação é outro alicerce fundamental. As mulheres continuam subrepresentadas nas áreas STEM - ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Apenas uma em cada seis especialistas em tecnologias de informação é mulher. Não podemos continuar a desperdiçar o nosso talento, nem a cortar sonhos por “tetos de vidro”.

A igualdade também se constrói no acesso à saúde. É urgente garantir cuidados de saúde de qualidade, incluindo políticas de apoio à fertilidade. E não podemos esquecer as mulheres das zonas rurais e remotas, que enfrentam barreiras adicionais no emprego, na conectividade, educação e saúde, e que, por isso, muitas vezes abandonam estas regiões, que perdem o coração das suas comunidades, pelo que temos de garantir o seu direito a ficar e a prosperar.

Conciliar a vida profissional e familiar é outro desafio. As responsabilidades de cuidador e o trabalho não remunerado, recaem ainda essencialmente sobre as mulheres, limitando as suas escolhas e oportunidades de vida e carreira. Só apoiando quem cuida é que estaremos a zelar pelas nossas famílias e pelo seu futuro.

A igualdade de género é uma condição essencial para uma Europa mais justa, mais livre e mais forte. Não se trata de ideologia, mas de humanidade. O PSD continuará a defender no Parlamento Europeu políticas que promovam a liberdade, a dignidade e a igualdade de oportunidades para todos.

Quando as mulheres prosperam, a sociedade, como um todo, avança.

Eurodeputado do PSD e membro da Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade de Género no Parlamento Europeu

Diário de Notícias
www.dn.pt