Haverá uma luz ao fundo do túnel do ano de 2025?
O ano de 2025 não promete nada de bom para o mundo, a Europa e as empresas exportadoras. Em janeiro, o presidente Trump toma posse e implementará uma política de protecionismo económico e isolamento político que nos fará olhar para a Administração Biden com muitas saudades. Na primavera teremos eleições na Alemanha e nada indica que a principal economia europeia vá encontrar um caminho que a liberte da recessão técnica e da crise que afeta o setor industrial, nomeadamente o setor automóvel. E no verão teremos eleições na França, a segunda mais importante economia da Zona Euro, cujo deficit e a dívida pública poderão obrigar o Banco Centra Europeu a intervir de forma discreta, através de mecanismos que foram criados depois da última crise das dívidas soberanas.
A isto tudo, somam-se as heranças de 2024, como a guerra, a transição ambiental, a revolução digital e o crescimento dos partidos populistas, que se alimentam da incapacidade dos partidos moderados colaborarem para encontrar as respostas necessárias para os problemas que enfrentamos. De facto, 2025 parece não vir a destoar num século XXI que se caracteriza por vivermos constantemente em crise.
Para as nossas empresas, as noticias são desanimadoras, já que a França e a Alemanha, para além de serem o motor económico da União Europeia, são os segundo e terceiro mercados de exportação portugueses, seguindo-se os Estados Unidos e o Reino Unido, que também não está brilhante.
Neste quadro muito depressivo, a presidente da Comissão Europeia parece ter aberto uma fresta de luz, ao meter-se num avião e ter ido até ao Uruguai para assinar o Acordo UE-Mercosul. Depois de 25 anos de negociações e avanços tímidos seguidos de retrocessos ruidosos, estaremos à porta de estabelecer o maior mercado integrado do mundo inteiro.
A assinatura do acordo não significa que este longo calvário esteja terminado, pois ainda faltam as votações no Parlamento Europeu e nos Estados-membros da UE. E não deixa de ser extraordinário que a UE tenha levado 1/4 de século a conseguir assinar um acordo com a região do mundo com quem temos maiores afinidades e semelhanças.
Para as nossas empresas, a assinatura do acordo entre a UE e o Mercosul são excelentes notícias, pois permite exportar em condições muitos mais competitivas e simples para parte da América do Sul e em particular para o Brasil.
E se as condições económicas e políticas dos nossos mercados tradicionais se mantiverem complexas, a possibilidade de diversificar clientes e parceiros, e condições mais vantajosas não podia ser mais importante.
Esperemos que o processo necessário para que o acordo entre em vigor seja rápido. A qualidade e o conforto das nossas vidas agradecem!