Feliz Natal a todos, inclusive a Carlos Moedas

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Em 2024 os lisboetas viram muita coisa acontecer, mas nada que vá deixar saudades. Viram lixo a acumular-se nas ruas e nos bairros, maus cheiros e pragas. Uma calamidade que Moedas tentou ultrapassar com anúncios (a sua especialidade) de mais pessoal e mais verba, mas sem resultados. Optou por “despejar” dinheiro no problema, sem planeamento nem gestão, já que não lembra a ninguém contratar uma empresa privada para varrer as ruas quando o problema é a recolha do lixo. Esta foi mais uma operação de marketing, daquelas que já conhecemos bem, mas que só enganou turistas. Aos lisboetas ninguém se atreveu a perguntar sobre a limpeza do espaço público.

Em 2024, Lisboa também continuou sem habitação a preços acessíveis e, para a situação não piorar, a Câmara teve de puxar o travão de emergência, evitando o impacto da nova lei do Alojamento Local (AL) do Governo PSD/CDS que, entre outras coisas, retirou aos condóminos o direito de se oporem a viver no meio de autênticas unidades hoteleiras.

Moedas, o entusiasta do AL que chegou a participar numa manifestação do setor, teve de dar a mão à palmatória e mudar de posição. Os lisboetas não gostam de quem prefere defender os interesses dos turistas.

No último ano, Lisboa também percebeu que das 28 escolas que precisam de obras urgentes, apenas duas (DUAS!) chegaram à fase de projeto. Moedas, que não quis usar o dinheiro do PRR e que depois até pediu um empréstimo bancário para fazer as intervenções, acabou por adiar vários projetos para 2028, esperando que o problema transite para outra gestão.

À volta de Lisboa, e já agora no país, os municípios aproveitaram - e bem - o PRR para melhorar as condições em que se ensina e em que se aprende. Por aqui, dormiu-se na forma… 

Em 2024, Lisboa passou a andar mais devagar. A Carris, vítima do trânsito cada vez mais intenso, da falta de faixas Bus e da ausência de fiscalização do estacionamento, baixou a velocidade comercial, deixou de cumprir horários e conseguiu um número recorde de reclamações. E todos sabemos o que acontece quando os transportes públicos não funcionam…

Sem esquecer que 2024 foi também o ano em que a cidade ganhou um novo festival de cinema, mas com bilhetes a preços incomportáveis para o cidadão comum. Sem que se saiba ao certo quanto custaram os croquetes e as conferências de imprensa com as estrelas de Hollywood, a fatura de um único jantar (6 mil euros) mostra como saiu cara ao município a fotografia de Moedas ao lado de Robert de Niro.

Em 2024, e apesar de Luís Newton estar certamente mal informado sobre o que se passa nas reuniões camarárias, tornou-se evidente que Carlos Moedas é culpado. Entre outras coisas, culpado de um desconcertante comportamento, que oscila entre amuos e irritações (“Eu é que sou o presidente da Câmara”), faltas de respeito para com a Oposição (“vou então explicar em termos básicos para compreenderem”), ausências em reuniões que não são públicas (porque não têm plateia para os seus números políticos) e faltas às reuniões extraordinárias que ele próprio marca (75% de ausências é quase um “tenho mais que fazer”).

Sim, 2024 e Carlos Moedas deixarão poucas saudades. Esperemos que 2025 traga melhores soluções para os problemas que temos. Até lá, votos de Boas Festas.

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