De regresso ao território

Publicado a

Sabemos que há imagens que valem mais do que mil palavras.Talvez seja o caso.

Agora que novas escolhas se aproximam, para a governação do país e para a governação dos municípios, os cidadãos precisam de saber várias coisas.

Certamente a posição sobre a invasão da Ucrânia, o equilíbrio das contas públicas, a nossa posição perante a exangue e desrespeitada União Europeia, as propostas para corrigir as desigualdades, ou como vamos dar instrução aos jovens.

Tudo questões importantíssimas.

Figura 1
Figura 1
Figura 2
Figura 2

Mas, porque vivo neste território velho de nove séculos gostaria de poder decidir o meu voto, os meus votos, depois de saber:

- Qual a repartição do investimento público pelas várias zonas do território. Para este efeito as CIM são uma boa opção;

- Qual a repartição do investimento em infraestruturas públicas pelas várias zonas do território;

- Qual o montante previsto de investimento em infraestruturas públicas para a área metropolitana de Lisboa (aeroporto, pontes, túneis, autoestradas, urbanizações, etc);

- Com a conclusão das infraestruturas referidas na figura 2, para além das que lá não estão e se irão fazer, qual a previsão de população residente naquela área após a sua conclusão;

- E, no mesmo momento, qual a antevisão para a população global do país e qual a sua idade média;

- E, já agora, qual a expectativa de população residente em cada município no ano 2050;

Quem conhece Portugal sabe que as questões se poderiam suceder em catadupa e, infelizmente, também desconfia que as respostas serão vagas, não quantificadas e reveladoras de um certo corte com a realidade.

Lembra-me o “Acordai” de José Gomes Ferreira e de Fernando Lopes Graça. Os tempos eram outros, mas os perigos são hoje maiores, porque menos evidentes.

Acordai.

E lembrai-vos do que disse Francisco: “A fraternidade é a âncora de salvação da humanidade. Ou somos irmãos ou tudo desaba. E esta não é uma expressão meramente literária de tragédia, não, é a verdade! Ou somos irmãos ou tudo desaba, o vemos nas pequenas guerras, nesta terceira guerra mundial em pedaços, os povos se destroem, as crianças não têm o que comer, diminui a educação…. É uma destruição. Ou somos irmãos ou tudo desaba.”

Advogado e gestor

Diário de Notícias
www.dn.pt