Cooperação económica e comercial China-Portugal: conotações mais ricas e perspetivas mais brilhantes
No atual contexto da globalização económica aprofundada, o “Made in China” tem vindo a ganhar popularidade em mais e mais países. Porém, algumas opiniões, nomeadamente a “teoria da sobrecapacidade da China” e a das “vantagens trazidas pelos subsídios governamentais” apontam o dedo aos produtos industriais chineses, especialmente veículos elétricos, baterias de lítio e produtos fotovoltaicos. Essas teorias contradizem o senso comum e não se justificam. Essas alegações constituem uma pseudoproposta e revelam uma mentalidade de certos países que tentam salvaguardar os seus próprios interesses de mercado.
A presença das empresas chinesas e dos produtos chineses no mercado global resulta do avanço da própria capacidade de produção e do nível tecnológico, constituindo um exemplo vívido da teoria das vantagens comparativas. Ao longo das décadas, as empresas chinesas - que têm vindo a competir entre si e têm crescido no vasto mercado doméstico - conseguiram expandir os negócios no mercado estrangeiro e trazer produtos de elevada qualidade a um preço razoável aos consumidores internacionais.
Isto deveu-se à divisão global do trabalho e à concorrência no mercado. Através da otimização dos processos de produção e da melhoria da eficiência industrial, as empresas chinesas, que ficavam atrás das empresas internacionais, em algumas áreas conseguiram dar um salto qualitativo. Hoje em dia, os produtos chineses e empresas chinesas são mais digitalizados, verdes e inteligentes.
Nos Estados Unidos da América, a Lei de Redução da Inflação estabeleceu políticas de subsídios discriminatórios para veículos elétricos. Dar subsídio ao consumidor na aquisição de automóvel é bastante comum na Europa. A China está a competir de forma justa e aberta.
Não é justo acusar a China de inundar o mercado europeu com automóveis elétricos baratos. Primeiro, os veículos elétricos chineses não são baratos - custam tanto quanto modelos similares de outros países. Segundo, quanto ao alegado “excesso de exportação”, as exportações de veículos elétricos chineses para a Europa representam apenas 8% no mercado de veículos elétricos da Europa, conforme as estatísticas da UE. Porém, as marcas estrangeiras têm uma quota de mercado de 33% na China. A Tesla dos EUA tem até uma quota de quase 7% na China.
O rápido desenvolvimento do setor das novas energias na China é o resultado da inovação e da plena participação na concorrência do mercado. Por um lado, a China atribui grande importância ao desenvolvimento ecológico e investiu nas indústrias relativas há muito tempo.
A China prestou atenção ao desenvolvimento verde há décadas. Foi aplicada na China, em 1 de janeiro de 2006, a Lei das Energias Renováveis. Surgiram sucessivamente indústrias com baixas emissões de carbono, tais como energia solar e veículos elétricos, entre outras.
Por outro lado, a China é rica em talento e inovação tecnológica. De 2016 a 2022, o número total de patentes concedidas a invenções tecnológicas ecológicas e com baixas emissões de carbono no mundo atingiu 558.000 unidades, das quais 178.000 unidades, ou seja, 31,9%, foram concedidas a titulares chineses de patentes.
A China sempre acreditou que os países beneficiam da cooperação e perdem com a confrontação. A China continuará a promover ainda mais a abertura de alto nível e reforçar a cooperação da indústria verde com todas as partes, incluindo Portugal.
Estamos felizes por ver que a BYD, a Xpeng e outras empresas chinesas de automóveis elétricos abriram lojas em Portugal. Os consumidores portugueses podem desfrutar dos carros elétricos de marca chinesa de alta qualidade como os consumidores chineses.
Empresas chinesas estão dispostas a aumentar o investimento em Portugal, incluindo a construção de fábricas de baterias de lítio para ajudar a localização da cadeia da indústria de carros elétricos em Portugal, aumentando as capacidades e transferir o know how, contribuindo ativamente para a transformação verde de Portugal. Devemos valorizar e encorajar este tipo de cooperação que beneficia todos e avança de mãos dadas.
Como embaixador da China em Portugal, sinto-me feliz e orgulhoso pela diversificação contínua e enriquecimento dos conteúdos da cooperação económica e comercial entre os dois países. Na era da globalização, nenhum país pode viver sozinho, e a coordenação e cooperação são opções inevitáveis.
A “cooperação natural” no âmbito económico e comercial entre os dois países não será, nem deverá ser, enfraquecida pelos críticos de um país terceiro. Pelo contrário, deveríamos ir de mãos dadas, reunir a força da cooperação amistosa, seguir o caminho do multilateralismo e construir um futuro de desenvolvimento e prosperidade.