Como escolas e imprensa protegem a miséria socialista

O verdadeiro "mofo" não é o liberalismo, é o cheiro a naftalina de estabelecimentos de ensino e redações, onde se ensina Marx e Keynes e se esconde a ciência económica que tirou o mundo da pobreza.
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Quando o candidato presidencial comunista afirma, num debate, que o liberalismo são "ideias mofas do século XIX", o escândalo não é a sua mentira. Afinal, o comunismo vive da mentira, de reescrever a história. O escândalo é a tirada passar incólume. Mas isso tem uma explicação: nesta sociedade, quase todos os jornalistas inclusive, foram "educados" na mesma escola ideológica que ele.

O problema de Portugal não começa nos debates televisivos, nem nos candidatos a Belém. Começa nas salas de aula. As nossas escolas e (algumas) universidades são trincheiras ideológicas, câmaras de eco onde o pensamento crítico vai para morrer. Há um bloqueio sanitário deliberado ao conhecimento económico real.

Um aluno pode atravessar todo o sistema de ensino obrigatório português e até chegar a um doutoramento a recitar o Manifesto Comunista (que, já que falamos em mofo, é de 1848!), ouve as teorias intervencionistas de Keynes, mas nunca lhe dizem quem foi Ludwig von Mises, Friedrich Hayek ou Thomas Sowell.

Isto não é esquecimento; é censura académica.

Se ensinassem, num momento qualquer, a Escola Austríaca, os alunos saberiam que Mises provou matematicamente, logo em 1920, a impossibilidade prática do socialismo. Se dessem a Escola de Chicago, saberiam que foi a liberdade económica defendida por Milton Friedman – e não a caridade estatal – que reduziu a pobreza global a mínimos históricos (algo que continua a acontecer, hoje em dia, ao contrário do que dizem por aí). Se lessem Sowell, saberiam distinguir "intenções bonitas" de "resultados catastróficos".

Mas não. As nossas faculdades de “ciências sociais e humanas” preferem formar analfabetos funcionais que acham que o dinheiro nasce nos decretos do Diário da República. O resultado? Uma elite jornalística e política incapaz de questionar o dogma estatista, porque nunca lhes apresentaram a alternativa. Para eles, o liberalismo é um "bicho-papão" caricaturado, não a base da civilização ocidental próspera.

Sendo que o preço desta ignorância cultivada está à frente dos olhos, nos dados que a Pordata nos esfrega na cara, mas que os mesmos ignoram ou simplesmente não sabem ler.

Após 40 anos de "conquistas" socialistas ou ditas "sociais-democratas" – e de desprezo pelo mercado –, somos um país de mão estendida. Segundo os dados mais recentes, temos cerca de 2 milhões de portugueses em risco de pobreza ou exclusão social. Pior! Mais de 10% de quem trabalha é pobre. O nosso "glorioso" modelo social cria trabalhadores mendigos. Sem as prestações sociais – o soro que o Estado injeta para o doente não morrer – a taxa de pobreza dispararia para mais de 40%.

O socialismo português não acabou com os pobres, nacionalizou-os. Tornou-os dependentes para garantir o voto, enquanto a escola pública garante que eles nunca aprendam como a riqueza é realmente criada.

Chamar "mofo" às ideias liberais – as únicas que comprovadamente geram riqueza – é o cúmulo da hipocrisia vinda de quem defende um sistema que, literalmente, ruiu em 1989. Enquanto não limparmos o bolor marxista (troskista, maoista… na realidade tudo o mesmo) das nossas escolas, continuaremos a ser o que somos hoje: o país mais pobre da Europa Ocidental, orgulhosamente ignorante e a caminho da total irrelevância.

O Antídoto

3 Livros que o Ministério da Educação "se esqueceu" de recomendar

Se quiser vacinar-se contra a demagogia que domina os debates nacionais, eis três livros que explicam o mundo melhor do que qualquer currículo aprovado pelo Estado. Mas atenção: a leitura causa efeitos secundários, como uma intolerância aguda a políticos que prometem almoços grátis.

 

1. "Economia Básica" (Basic Economics) — Thomas Sowell

  • Por que ler: É a "bíblia" do senso comum. Sowell não usa gráficos complexos nem "economês"; usa a lógica e a história. É o livro perfeito para desmontar a mentalidade portuguesa de que "basta fazer uma lei para resolver um problema". Ele ensina a analisar incentivos e consequências não intencionais. Se todos os deputados lessem isto, metade das leis em Portugal seriam revogadas no dia seguinte.

2. "O Caminho para a Servidão" (The Road to Serfdom) — F.A. Hayek

  • Por que ler: Escrito durante a II Guerra Mundial, é o aviso profético de que o fascismo e o comunismo não são opostos, mas irmãos gémeos do coletivismo. Hayek explica como o "bem-intencionado" planeamento estatal e a obsessão pela "justiça social" destroem inevitavelmente a liberdade individual e conduzem à tirania. É a explicação teórica para o empobrecimento democrático que vivemos.

3. "As Seis Lições" (Economic Policy: Thoughts for Today and Tomorrow) — Ludwig von Mises

  • Por que ler: É possivelmente a melhor porta de entrada para a Escola Austríaca. É uma transcrição de palestras dadas na Argentina (um país também estragado pelo populismo), onde Mises explica de forma cristalina conceitos como capitalismo, socialismo, intervencionismo, inflação e investimento estrangeiro. É curto, lê-se numa tarde, e destrói numa penada 50 anos de retórica da esquerda portuguesa. É só querer perceber.

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