Abismo não queremos....

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A ASPP/PSP tem afirmado constantemente que o processo negocial sobre o suplemento de condição policial, extravasa a visão sócio-profissional, e como tal, não pode ser assumido como uma mera reivindicação sindical. 

A Polícia de Segurança Pública atravessa momentos graves, está pobre, doente, incapaz e tudo o que se apresenta publicamente carece de escrutínio, uma vez que o desempenho operacional pode não ter correspondência com aquilo que os cidadãos observam.

A PSP sobrevive à custa dos seus profissionais e muito daquilo que se desenvolve, assenta unicamente no seu espírito de compromisso, profissionalismo e dedicação. 

O processo negocial em curso ou que findou [ainda estou para perceber] deveria ter como referência esta realidade e estas particularidades, mas não, tal não aconteceu e não acontece, o processo negocial esteve sempre condicionado por uma expetativa [legítima e justa] de alcançar valores remuneratórios que no passado recente não existiram e da parte do governo, responder de forma a trazer acalmia ao universo policial.

Mas a verdade é que, caso o governo não encare este processo negocial na sua real dimensão, com a importância que os problemas configuram, está a dar passos errados, uma vez que, tudo o que for redutor na negociação não resolverá o problema de falta de atratividade e de candidatos, ou seja, não resolve em nada a funcionalidade das forças de segurança e empurra-as para o abismo.

Por outro lado, uma postura do governo que não imprima um sinal considerável neste processo negocial, determinará insucesso neste processo em si e comprometerá os subsequentes.

Como tal, alerto o governo para a compreensão do que os sindicatos com responsabilidade têm defendido, pois caso não o faça, a ASPP/PSP não se vinculará a nada que contribua para o abismo na PSP. 


*Presidente da ASPP/PSP

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