Após um fim de semana imersivo com representantes nacionais da Pastoral Juvenil, tornou-se evidente para mim a importância destes contextos de encontro e partilha. Os grupos de jovens não são apenas espaços de convívio ou formação religiosa – são verdadeiros laboratórios de humanidade, onde se cultivam valores, vínculos e experiências transformadoras. O papel dos animadores revelou-se absolutamente central: são eles que, com presença autêntica e escuta ativa, criam ambientes seguros e significativos, capazes de tocar o coração dos jovens e contribuir para o seu desenvolvimento integral. Esta vivência reforçou a convicção de que a pastoral juvenil é um lugar privilegiado para formar pessoas inteiras – emocional, espiritual e relacionalmente.A Igreja deve ser um lugar seguro e significativo para os jovens, não apenas para transmitir doutrina, mas também para acolher perguntas, emoções e preocupações. Os grupos de jovens tornam-se, assim, espaços privilegiados para debater temas relevantes, como identidade, emoções, relações, fé, sexualidade, justiça social e saúdemental, sempre com respeito, empatia e liberdade interior.Além da escuta e da partilha, os grupos oferecem algo profundamente transformador: a modelagem. Ao observarem os seus pares, os jovens aprendem com os exemplos, com os gestos, com as palavras e com os silêncios dos outros. Percebem que não estão sozinhos nas suas dúvidas, medos ou fragilidades. Desconstrói-se a ideia de “caso único”, tão comum na adolescência, onde muitos acreditam que só eles sentem determinada dor ou preocupação. No grupo, descobrem que há outros que também choram, também se questionam, também procuram sentido – e isso gera empatia, pertença e cura.As atividades vivenciais – como peregrinações, retiros ou acampamentos – são igualmente fundamentais. Estes momentos fora do quotidiano desafiam os jovens a sair da sua zona de conforto, a lidar com o inesperado, com o cansaço, com o silêncio e com o outro. São experiências que fortalecem a resiliência, a tolerância à frustração e a capacidade de adaptação, competências essenciais para a vida adulta vivida com maturidade.Mais do que formar “bons cristãos”, os grupos de jovens ajudam a formar pessoas inteiras, capazes de amar, escutar, cuidar e transformar o mundo. Para isso, é essencial que os animadores estejam preparados para facilitar espaços seguros, éticos e de acolhimento afetivo, onde cada jovem se sinta visto, escutado e respeitado.O Grupo VITA iniciou agora este trabalho conjunto com a Pastoral Juvenil, certos de que se seguirão projetos partilhados, construídos em diálogo e corresponsabilidade, rumo a uma Igreja mais segura, protetora e verdadeiramente acolhedora para todos os jovens. Psicóloga clínica e forense, terapeuta familiar e de casal