A Amazon vai abrir um... cabeleireiro. Porquê?
O próximo grande projeto da Amazon vai ser um cabeleireiro. Não, não se trata de uma app que lhe corta magicamente o cabelo, ou de um gadget que lhe faz a "mise" em casa. É mesmo um espaço físico, de 140 metros quadrados, dois andares, no caríssimo East End de Londres.
O Amazon Salon, apresentado oficialmente na terça-feira, será um espaço para os "clientes experimentarem o que há de melhor em cuidados para o cabelo", segundo o comunicado oficial.
Está a gigante americana a preparar-se para fazer aos cabeleireiros o que fez às pequenas livrarias?
De todo. O projeto visa basicamente ser uma (caríssima) montra tecnológica para a empresa, um stunt de marketing e, claro, mais uma plataforma para as vendas online.
Mais do que os serviços tradicionais deste tipo de espaços -- corte, pintura, penteado, etc, -- o Amazon Salon existirá para "vender" tecnologia de realidade aumentada, instalada nos espelhos "inteligentes" que permitem aos clientes verem como ficarão com o corte e a cor do cabelo escolhido, por exemplo.
As revistas de moda são, naturalmente, totalmente digitais, em tablets da empresa.
Os produtos de beleza são anunciados, e as qualidades descritas, em grandes televisores, que respondem automaticamente quando o cliente pega no produto que escolheu.
Para o comprar, basta passar o telemóvel no QR code na base e a encomenda é feita automaticamente... pela Amazon, claro.
Naturalmente que a gigante tecnológica não pretende fazer grande negócio com este espaço. Porque o assunto aqui chama-se licenciamento.
Este é mais um "proof of concept", demonstração na vida real de um conjunto de tecnologias disponíveis. Quem quiser usar, é só pagar uma "licençazinha"...
Durante anos após a fundação, quando só vendia livros, a empresa de Jeff Bezos perdeu dinheiro. Só sobreviveu porque os acionistas não pararam de injetar fundos. Hoje -- vou dizer aquilo que toda a gente sabe, só porque sim -- é uma das três empresas mais ricas do mundo.
Quando eu era muito jovem alguém me disse: "O difícil é chegar a rico. De rico a riquíssimo é facílimo, porque o dinheiro puxa dinheiro..."
Mesmo que o Amazon Salon não resulte e o espaço feche em menos de um ano ou assim, não é que a Amazon não tenha dinheiro a rodos que possa perder. E pelo meio já aprendeu mais um bom bocado acerca do mercado de beleza, da venda de produtos deste setor, já para não falar da tecnologia de realidade aumentada.
O que de certeza que lhes vale também algum dinheiro...