«Sou uma criação do Manoel de Oliveira»

Passou «todas as fases de mulher» ao lado do seu mestre. Aos 45 anos, e depois de 30 dedicados ao cinema, Leonor Silveira estreou-se agora em televisão. Podemos vê-la em Terapia, na RTP 1 até final de fevereiro. Porquê só agora? Porque a série do canal público dá «espaço à palavra e ao tempo». E este é o seu universo, claro.
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Era má aluna a matemática, queria seguir Medicina, acabou por se licenciar em Relações Internacionais. Hoje é atriz. «A atriz» que Manoel de Oliveira fez interpretar vinte dos seus filmes. Leonor Silveira, nascida a 28 de outubro de 1970, mãe de João Maria, como o avô e o pai, e de Leonor, como a mãe. Divorciada. Deve aos pais ter arriscado ir trabalhar, aos 17 anos, com o realizador português. «Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar», disseram-lhe. Acredita que teria dado uma boa médica? «Como nunca vou ser, posso dizer que sim!»

Sente-se a Inês de Castro do cinema?

[silêncio] Porque me faz essa pergunta?

D. Pedro viu D. Inês pela primeira vez quando era aia de Constança e apaixonou-se. Manoel de Oliveira viu-a pela primeira vez em 1987, quando a Leonor foi acompanhar uma amiga a uns castings e nunca mais a largou.

Nunca tinha pensado nisso assim. É uma bonita imagem. Daí a sentir-me D. Inês... Será que D. Inês se sentia abençoada?

É como se sente?

A vida toda. Cresci com o mestre. Passei as fases todas de mulher ao lado dele. Há a minha vida privada e depois a minha vida no cinema, sempre de mão dada com ele.

Essas duas vidas, a pessoal e a profissional, nunca se cruzaram?

Algumas vezes, sim. Há uma simbiose que me unia ao Manoel. Acaba por haver uma compreensão, uma entrega, uma sensação de conforto e de segurança que foi sendo criada ao longo dos anos.

Continue a ler a entrevista a Leonor Silveira no Notícias Magazine.

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