Zuckerberg aceita que reunião com eurodeputados seja transmitida pela internet
Depois de muita polémica e protestos de alguns grupos políticos no Parlamento Europeu, Mark Zuckerberg aceitou que o seu encontro à porta fechada com um grupo de eurodeputados seja transmitido pela internet.
O anúncio foi hoje feito, através do Twitter, pelo presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani. "Discuti pessoalmente com o CEO do Facebook, o Sr. Zuckerberg, a possibilidade de a reunião ser transmitida em webstreaming. Estou contente por anunciar que ele aceitou este pedido. Grandes notícias para os cidadãos europeus. Agradeço-lhe o respeito demonstrado para com o Parlamento Europeu. O encontro é amanhã das 18.15 às 19.30". Em Lisboa será menos uma hora do que em Bruxelas.
Zuckerberg dispensará, assim, aos eurodeputados, 1 hora e 15 minutos do seu tempo. Em abril, o fundador do Facebook enfrentou, em audição pública, no Congresso dos EUA, dois dias, 10 horas e 600 perguntas sobre as atividades da rede social e a suposta violação do direito à privacidade dos seus utilizadores. Muitos eurodeputados estão descontentes, pois exigiam uma audição pública no Parlamento Europeu nos mesmos moldes da do Congresso norte-americano.
O empresário norte-americano irá responder às perguntas dos líderes dos grupos políticos europeus sobre o uso indevido de dados de 87 milhões de utilizadores do Facebook, após as revelações sobre a Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha da eleição de Donald Trump em 2016 e, alegadamente, para a campanha do brexit, também em 2016. Até agora, Zuckerbeg tem recusado comparecer perante o Parlamento do Reino Unido.
À Comissão Europeia, em abril, em resposta a um pedido de esclarecimento, o Facebook admitiu que terão sido acedidos, indevidamente, os dados de 2,7 milhões de utilizadores, sendo 63 080 portugueses. Na próxima sexta-feira, entra em vigor na União Europeia o Regulamento Geral sobre a Proteção dos Dados Pessoais. Este vai alterar a forma como as empresas, online e offline, gerem e armazenam os dados dos seus utilizadores. Todas as entidades corporativas, Facebook incluído, vão ter que se adaptar à nova legislação.