Equipa de TV portuguesa detida "algumas horas" na Venezuela já foi libertada

A situação foi resolvida com a intervenção de da embaixada e do consulado em Caracas, explicou ministro dos Negócios Estrangeiros

Uma equipa de jornalistas portugueses de uma estação de televisão nacional foi detida durante "algumas horas" na Venezuela na quarta-feira por ter entrado sem visto de trabalho, mas já foi libertada, informou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Falando em Bucareste, na Roménia, no final de uma reunião informal com outros homólogos da União Europeia (UE), o governante precisou que "uma equipa de reportagem de uma das televisões portuguesas terá entrado na Venezuela sem visto [de trabalho]", pelo que "foi objeto de uma detenção, mas isso resolveu-se com brevidade".

"Houve intervenção do Governo no sentido geral. Não teve de chegar ao meu nível porque ao nível da embaixada e do consulado as coisas resolveram-se", adiantou Augusto Santos Silva.

Na quinta-feira, a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, exigiu a libertação imediata dos jornalistas detidos nas últimas horas em Caracas, na Venezuela, que estavam a fazer a cobertura da crise política no país. A reação surgiu após detenção de vários jornalistas estrangeiros, alguns dos quais foram expulsos do país.

"Vivemos um momento de grande tensão"

Já fazendo um ponto de situação sobre a comunidade portuguesa na Venezuela, que reúne cerca de 300 mil pessoas, Augusto Santos Silva notou que, "infelizmente, a acrescentar aos quatro estabelecimentos comerciais que tinham sido objeto de saque aqui há dias, há a acrescentar ontem [quinta-feira] um incidente desse género com um estabelecimento comercial português na zona de Valência". Ainda assim, vincou que, nesta última situação, "as autoridades locais de segurança foram irrepreensíveis em ajudar e em intervir".

"Felizmente, do ponto de vista de segurança de pessoas, não tenho ainda nenhum incidente a registar de que tenha sido vítima direta ou indiretamente a comunidade portuguesa", notou. Para o governante, "isso é bom".

"Mas vivemos hoje um momento de grande tensão e renovo o meu apelo para que as manifestações de sábado decorram pacificamente, as forças de segurança atuem em respeito ao direito de as pessoas se manifestarem e que os portugueses e os luso-venezuelanos tenham os cuidados adicionais de segurança que eles sabem muito bem quais são", alertou o ministro.

A crise política na Venezuela agravou-se, na semana passada, com a autoproclamação como Presidente interino de Juan Guaidó, que contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos (EUA) e que prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Nicolás Maduro, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos EUA.

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