O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, declarou-se esta terça-feira "profundamente inquieto" pela nova detenção na Venezuela de dois dirigentes da oposição e pediu a sua "imediata" libertação.."Estou profundamente inquieto que os dirigentes da oposição Leopoldo López e Antonio Ledezma tenham sido de novo detidos pelas autoridades venezuelanas após a revogação da sua prisão domiciliária", referiu em comunicado o alto-comissário..O responsável da ONU pediu ao Governo venezuelano que "liberte imediatamente todos os que estão detidos por exercerem o seu direito à liberdade de reunião pacífica, de associação e de expressão"..Leopoldo López e Antonio Ladezma foram hoje novamente colocados na prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, de onde tinham saído recentemente para cumprir as penas em prisão domiciliária..O advogado de defesa de López, fundador do partido Vontade Popular (direita), disse à emissora privada Circuito Êxitos que, na madrugada de hoje, tinham podido confirmar que o opositor foi levado para aquela prisão, acrescentando que espera poder vê-lo ainda hoje, por se tratar de "dia de visita legal"..Por sua parte, Mitzy Capriles, a mulher de Ledezma (Aliança Bravo Povo), assegurou numa conferência de imprensa em Madrid que os advogados do autarca de Caracas também haviam confirmado o mesmo local de detenção..Antes, alguns dirigentes do Voluntad Popular (VP), o partido de Leopoldo López, assim como o ABP, o partido de Antonio Ladezma, reiteraram as mesmas informações, responsabilizando o Presidente, Nicolás Maduro, pela integridade física dos dois membros da oposição e sublinhando que desconhecem o local para onde foram transportados..O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela justificou a condução coerciva de dois dirigentes da oposição por alegados preparativos de fuga, segundo os serviços de inteligência do país..A prisão domiciliária de Leopoldo López e Antonio Ledezma foi revogada pelo STJ. Em comunicado, a instância judicial diz ter recebido "por fontes de inteligência oficial (serviços secretos), informações que dava conta de um plano de fuga desses cidadãos, pelo que, e com a urgência do caso, se ativaram os procedimentos correspondentes"..A detenção dos dois dirigentes oposicionistas está a suscitar uma vaga de protestos em diversas capitais ocidentais e países da América Latina, exigindo a sua libertação.