Venezuela acumulou 2 616% de inflação em 12 meses

Segundo a oposição, se não forem tomadas medidas adequadas "em 2018, chegará a 14 000% de hiperinflação"
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O valor da inflação na Venezuela atingiu 2 616% no acumulado entre janeiro e dezembro de 2017, segundo dados divulgados hoje pela Assembleia Nacional, onde a oposição detém a maioria, durante uma conferência de imprensa em Caracas.

"Começámos o ano com 18% de inflação para o mês de janeiro, terminamos com 85%, e um total acumulado de 2.616% para o ano 2017", disse o parlamentar Rafael Guzmán, membro da Comissão de Finanças do parlamento.

Segundo a oposição, se não forem tomadas medidas adequadas para controlar a inflação "em 2018, chegará a 14 000% de hiperinflação" o que fará com que a população dependa do Governo para poder adquirir muitos produtos, a preços subsidiados. Alertou, contudo, que o Estado "também não tem suficientes (recursos) para alimentar os 30 milhões de venezuelanos".

O deputado José Guerra, também da Comissão de Finanças do parlamento, explicou que a Venezuela tem a maior inflação acumulada da América Latina e que está num processo hiperinflacionário.

O parlamentar responsabilizou o Banco Central da Venezuela pela situação, por estar a "imprimir dinheiro para continuar a financiar o Governo" do Presidente Nicolás Maduro.

José Guerra recomenda eliminar o atual sistema de controlo cambial que impede o livre acesso a moeda estrangeira no país, para a impressão de dinheiro inorgânico, refinanciar a dívida externa através de um plano económico, conseguir assistência financeira internacional que permite aceder a divisas (moeda estrangeira).

José Guerra disse ainda que a Venezuela "não pode continuar" no caminho do Zimbabué, em que "os comerciantes foram presos e depois não havia produtos" e condenou que as autoridades tenham obrigados os supermercados a baixar os preços dos produtos.

"Atacar os comércios e a propriedade privada fará aumentar a escassez e a falta de abastecimento", disse Rafael Guzmán.

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