Um homem, três países, 11 infetados. Britânico espalhou vírus desde Singapura

Empresário de meia-idade esteve numa conferência em Singapura há três semanas e desde então tem espalhado o vírus, sem saber que estava infetado. Casos em França são de pessoas que estiveram em contacto com o britânico.
Publicado a
Atualizado a

É um empresário de meia-idade e residente em Hove, East Sussex, no Reino Unido. Conta o The Guardian que viajou há três semanas para Singapura onde participou numa conferência sobre vendas. A viagem acabou por expor o britânico ao coronavírus. As autoridades de saúde acreditam que o empresário terá passado o vírus a pelo menos 11 britânicos e em três países.

O nome do homem não foi identificado, mas foi ele o primeiro britânico a apresentar um resultado positivo no teste para coronavírus. Ficou confirmado que esteve na conferência entre os dias 20 a 22 de janeiro. Era apenas um entre os 94 delegados - de um total de 109 - que viajaram do estrangeiro até Singapura. Um dos vendedores estrangeiros era de Wuhan, a cidade chinesa onde terá tido origem o surto.

Após a conferência, o britânico viajou para Les Contamines-Montjoie, perto de Mont Blanc, uma estância de ski francesa, onde ficou com a família entre 24 e 28 de janeiro. Regressou ao Reino Unido num voo low cost e bastante movimentado que ligou Genebra a Gatwick.

Durante todos estes dias não sabia que já tinha sido infetado pelo vírus (que tem um período de incubação de duas semanas). De regresso a casa, e como relatou aos médicos, terá ido na noite de 1 de fevereiro a um pub local, em Hove.

Só mais tarde, quando foi informado pelos organizadores da conferência que outro delegado presente no encontro tinha contraído o vírus, é que o britânico alertou as autoridades de saúde pública. Testado, acusou positivo no teste para o coronavírus.

O protocolo exige que seja feito um mapa do percurso feito por quem esteja infetado e o empresário começou a identificar todos aqueles com quem tinha estado em contacto para verificar se estes também teriam sido infetados. Cinco trabalhadores do pub em Hove foram aconselhados a permanecer em quarentena.

As viagens do britânico durante o período intermédio de incubação do vírus multiplicaram o número de pessoas que este poderia ter infetado e foi quando começaram a surgir os primeiros casos relacionados com o empresário.

Britânicos infetados em França estiveram com o empresário

No sábado, França confirmou que cinco cidadãos britânicos, incluindo uma criança de nove anos, deram positivo no teste para o coronavírus. Tinham ficado num chalé em Les Contamines-Montjoie, que o britânico visitara durante os seus dias com a família na neve. Outros seis cidadãos britânicos ficaram sob observação em hospitais franceses, e duas escolas onde tinha estado a criança de nove anos foram encerradas por precaução.

No domingo, surgiram mais casos ligados ao empresário. A Public Health England (PHE) revelou que outro paciente no Reino Unido estava infetado e que o vírus chegara a território francês através de um cidadão do Reino Unido a quem já tinha sido confirmada a infeção com o coronavírus. Era o empresário de Sussex.

Um outro britânico que morava em Maiorca, e que também estivera em Les Contamines-Montjoie com a família até 29 de janeiro, acusou positivo no teste. Esta segunda-feira, foram confirmados mais quatro casos de infetados com coronavírus no Reino Unido - três homens e uma mulher, em Brighton..

O médico responsável, Chris Whitty, confirmou que são todos "contactos conhecidos de um caso britânico confirmado anteriormente, e o vírus foi transmitido em França".

O empresário de Hove está internado numa unidade de isolamento no hospital St Thomas em Londres, depois de ter sido transferido de Brighton na quinta-feira. O esforço para identificar e - quando necessário - isolar e testar pessoas que possam ter estado em contacto com ele continua.

Entre os que estão potencialmente em risco incluem-se passageiros que estavam sentados perto do britânico no voo EZS8481 de Genebra para Gatwick a 28 de janeiro.

"A nossa prioridade é falar com as pessoas que tiveram contacto próximo e contínuo com casos confirmados, para que possamos aconselhá-los sobre o que podem fazer para limitar a disseminação do vírus", disse Nick Phin, vice-diretor do Serviço Nacional de Infeção da PHE, citado pelo Guardian.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt