Trump sai em defesa de Kavanaugh após novas alegações de cariz sexual

Democratas pedem o 'impeachment' do juiz do Supremo Tribunal, alegando que mentiu ao Senado. Presidente norte-americano diz que ele devia começar a processar as pessoas e que as mentiras que se contam sobre ele são "inacreditáveis".
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O presidente norte-americano, Donald Trump, saiu este domingo em defesa de Brett Kavanaugh, o juiz do Supremo Tribunal dos EUA, depois de novas alegações de cariz sexual do tempo em que estudava na Universidade de Yale terem sido divulgadas pelo jornal The New York Times. Democratas pedem o seu impeachment, alegando que mentiu ao Senado durante as audiências de confirmação do cargo.

"Brett Kavanaugh devia começar a processar as pessoas por difamação ou o Departamento de Justiça deve ir em seu socorro. As mentiras que estão a ser contadas sobre ele são inacreditáveis. Acusações falsas sem recriminação. Quando é que isto vai acabar? Estão a tentar influenciar as suas opiniões. Não se pode deixar isso acontecer!", escreveu Trump no Twitter.

Antes já tinha apontado o dedo aos media. "Agora os democratas radicais de esquerda e os seus parceiros, os LameStream Media [expressão pejorativa para se referir aos media], estão atrás do Brett Kavanaugh outra vez, dizendo em voz alta a sua palavra favorita, impeachment.Ele é um homem inocente que foi tratado horrivelmente. Tantas mentiras sobre ele. Querem assustá-lo para o tornarem liberal", escrevera noutra mensagem, mais cedo.

As últimas denúncias sobre Kavanaugh foram publicadas pelo The New York Times e duas das suas jornalistas, Robin Pobrebin e Kate Kelly, que têm um livro novo, intitulado "The Education of Brett Kavanaugh: An Investigation" (A Educação de Brett Kavanaugh: Uma Investigação, numa tradução à letra).

Em causa a denúncia de uma estudante de Yale, Deborah Ramirez, que contou que numa festa nos anos 1980, o atual juiz Kavanaugh, embriagado, "puxou as calças para baixo e empurrou o pénis contra ela, levando-a a afastá-lo e, inadvertidamente, tocar-lhe". A denúncia já tinha surgido durante a audiência de confirmação de Kavanaugh, no Senado, mas ficou para segundo plano diante das acusações de Christine Blasey, que alegou que ele a tentou violar durante uma festa no secundário.

"Durante o seu testemunho no Senado, Kavanaugh disse que se tal incidente que Ramirez descreveu tivesse ocorrido, teria sido 'o falatório no campus'. A nossa investigação sugere que foi", escrevem as jornalistas, que dizem ter descoberto várias testemunhas que o comprovam, incluindo um ex-companheiro de universidade que terá notificado o FBI e os senadores do facto de ter visto amigos empurrarem o pénis de Kavanaugh para as mãos de uma estudante durante uma festa, quando ele era caloiro, mas que o FBI não terá investigado o caso.

Kavanaugh nega todas as acusações. Na audiência de confirmação, em outubro, passou com 50 votos a favor e 48 contra, mesmo depois de os senadores ouvirem as denúncias de Christine Blasey.

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