Trump responde às suspeitas de ligações com a Rússia: "Vivemos na Alemanha nazi?"
O presidente eleito dos EUA nega que a Rússia tenha informações comprometedoras sobre ele, que podem ser usadas para fazer pressão e até chantagem. Donald Trump recorreu mais uma vez ao Twitter para responder às alegadas relações perigosas com a Rússia, expostas num suposto relatório dos serviços secretos que veio a público, dizendo que este documento nunca deveria ter sido divulgado e questionando se os EUA são a Alemanha nazi.
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Poucas horas antes de dar a primeira conferência de imprensa em cerca de seis meses - que está marcada para as 16:00 em Portugal - Trump garantiu que a Rússia nunca tentou chantageá-lo e, em letras maiúsculas, escreveu no Twitter que nada tem a ver com o país: "nenhum negócio, nenhum empréstimo, nada!".
Na terça-feira, a CNN avançou que a Rússia tinha informação sensível sobre Trump e também sobre Hillary Clinton: num relatório compilado por um antigo agente do MI6, que foi entretanto entregue ao FBI, refere-se que o empresário estaria a receber apoio da Rússia nos últimos cinco anos e que Moscovo estaria na posse de informações polémicas que lhe permitiriam arrasar Trump e chantageá-lo, colocando-o numa posição de fragilidade.
Segundo os meios norte-americanos, a informação na posse da Rússia inclui um vídeo sobre uma suposta "perversão sexual" de Trump, filmado com prostitutas num hotel da capital russa, e sobre lucrativos negócios imobiliários oferecidos por Moscovo ao Presidente eleito.
No Twitter, Trump reagiu começando por replicar a resposta dos russos ao relatório: "A Rússia acaba de dizer que o relatório não verificado pago por oponentes políticos é uma fabricação completa e total, um disparate. Muito injusto!", escreveu.
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Em seguida, garantiu que a Rússia nunca tentou chantageá-lo e que nada tem a ver com Moscovo: "nenhum negócio, nenhum empréstimo, nada".
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Escreveu depois que venceu as presidenciais facilmente, mas que os oponentes decidiram desvalorizar a vitória com "notícias falsas", uma "triste situação".
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E terminou com uma crítica aos serviços secretos, que acusa de terem permitido que o relatório se tornasse público. "Um último tiro dirigido a mim. Vivemos na Alemanha nazi?", questionou.
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Logo que foi divulgada a notícia do relatório sobre Trump e a Rússia, o magnata denunciou a situação como uma "caça às bruxas" alimentada por notícias falsas.
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FBI investiga relatório
Segundo a imprensa internacional, este relatório não autenticado foi compilado por um antigo agente do MI6 (dos serviços secretos britânicos) nos últimos seis meses. Uma cópia do texto foi entregue pelo senador John McCain, que lidera o comité que está a investigar a alegada interferência russa nas eleições presidenciais, ao diretor do FBI.
Entre as várias informações que este relatório inclui, contam-se a alegação de que Trump estará a receber apoio da Rússia há pelo menos cinco anos e que terá recusado vários negócios lucrativos propostos por Moscovo.
O conteúdo do texto não está confirmado nem foi validado por qualquer entidade oficial, mas o relatório acabou por ser publicado na íntegra pelo site de notícias BuzzFeed. A decisão dos editores - que dizem ter agido em nome da transparência e do direito dos eleitores a decidirem por si se acreditam ou não nas alegações do dossiê - espoletou um intenso debate político e jornalístico.
Ainda que o BuzzFeed alerte que o texto contém erros e que a autenticidade dos documentos é "potencialmente impossível de verificar", vários meios de comunicação criticaram a decisão de disponibilizar online um relatório que poderá ser mera especulação sobre os laços de Trump com a Rússia. O jornal britânico The Guardian revelou mesmo que teve acesso ao documento, mas nada publicou por não ter maneira de o verificar de forma independente.
Segundo a CNN, que adiantou ontem em exclusivo que um resumo deste relatório foi entregue a Trump e a Barack Obama, o FBI está ainda a investigar a credibilidade das informações veiculadas.
O presidente eleito deverá fazer mais comentários sobre o relatório na conferência de imprensa agendada para esta tarde, que estava marcada antes de ser conhecida a existência deste documento. Horas antes do início da intervenção de Trump, que terá lugar na Trump Tower, o local estava já repleto de jornalistas.
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