Trump prometeu trazer de volta o "waterboarding" e práticas "bem piores"

A simulação de afogamento nos detidos foi banida no Congresso e a CIA já assumiu que práticas deste tipo não são efetivas para obter informações ou a cooperação dos prisioneiros.

Donald Trump quer trazer a prática de volta e promete "fazer bem pior que isso", afirmou no debate entre candidatos republicanos de ontem.

"No Médio Oriente andam a cortar a cabeça de cristãos. Não vemos isto acontecer desde os tempos medievais. Eu traria de voltar o waterboarding e outras coisas bem piores", disse, entre os aplausos do público, o milionário norte-americano.

Em novembro, a ex-estrela do reality show The Apprentice chegou mesmo a afirmar que não estava interessado em saber se os métodos funcionavam ou não. "Eles merecem", foram as palavras do milionário.

O seu opositor Ted Cruz, que há pouco mais de uma semana, e indo contra todas as sondagens, venceu o caucus Republicano do Iowa, não considerou que o waterboarding seja, por definição, um método de tortura. O senador do Texas assumiu que "na iminência de um ataque terrorista", se fosse eleito: "iria fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para garantir a segurança do nosso país", não excluindo o uso de vários métodos de interrogatório.

Os sete candidatos à nomeação republicana estiveram ontem no colégio Manchester St Anselm no New Hampshire naquele que foi o oitavo e mais "aceso" debate do partido. Marcado pelos ataques entre os candidatos, sobretudo contra Marco Rubio, o senador da Florida que as sondagens mostram a subir, o debate incidiu sobre temas como a política externa e a imigração. Na mira dos candidatos esteve também a administração Obama.

Uma sondagem publicada na sexta-feira pela Universidade de Quinnipiac, sugere que Donald Trump continua a ser o favorito à nomeação republicana, apesar de ter ficado em segundo lugar no caucus do Iowa.