Trump despediu todos os membros do Conselho Presidencial para o VIH/SIDA
Alguns dos membros já se tinham demitido no verão, por discordarem das políticas do Presidente norte-americano
Donald Trump despediu esta semana os membros que ainda permaneciam no Conselho Presidencial para o VIH/SIDA (PACHA, na sigla inglesa). Através de uma carta, a Casa Branca dispensou as pessoas que não abandonaram o organismo há vários meses, quando vários conselheiros deixaram o PACHA por não concordarem com as políticas presidenciais relativas à saúde.
O epidemiologista Patrick Sullivan disse ao Washington Post que o documento "agradecia o serviço prestado e que o resto do mandato estava terminado, com efeitos imediatos". Sullivan trabalha na Universidade Emory, na Geórgia, e faz testes relativos ao tratamento do VIH.
O conselho tem trabalhado com a Casa Branca desde que foi fundado, em 1995. Os membros, que não são pagos, dão recomendações para a estratégia nacional norte-americana na luta contra o VIH/SIDA, um plano de cinco anos.
"Sem isto, a comunidade perde voz na ação política", refere Scott Schoettes, um advogado de uma organização LGBT. O grupo tem "médicos, membros da indústria, da comunidade e, mais importante, pessoas que vivem com a doença".
Schoettes esteve entre aqueles que se demitiram em junho e escreveu na Newsweek uma crónica em que atacava de forma feroz a "ausência de estratégia da administração Trump para o VIH/SIDA".
"O facto é que estamos a lidar com uma situação de saúde pública. Não é algo partidário", acrescenta ao Washington Post.
A diretora executivo do conselho, Kaye Hayes, confirmou num comunicado que os restantes dez membros do conselho receberam cartas na quarta-feira em que eram dispensados dos seus lugares.
Hayes não referiu, no entanto, quando é que a administração começará a apontar novos membros - podem ser no máximo 25 - para o PACHA, cuja última reunião foi em agosto.