Trump defende que governo precisa de uma boa paralisação

Presidente quer evitar mais acordos bipartidários, dizendo que republicanos têm de aumentar a sua maioria no Senado.
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Donald Trump sugeriu ontem que os republicanos deveriam considerar mudar as regras do Senado de forma a facilitar a passagem de leis sem o apoio dos democratas, como aconteceu com a aprovação do seu candidato ao Supremo, Neil Gorsuch. O presidente dos Estados Unidos disse ainda que, além do recurso à chamada "opção nuclear", o partido deverá trabalhar para conquistar mais lugares no Senado nas eleições intercalares do próximo ano.

Numa mensagem colocada ontem no Twitter, Trump afirma que os republicanos tiveram de aceitar as exigências dos democratas no projeto de lei de gastos orçamentais - num total de 1,1 biliões de dólares - negociado esta semana porque a maioria do partido não chega aos 60 lugares do Senado que teriam precisado se os democratas tivessem decidido bloquear a legislação. Os republicanos têm 52 dos 100 lugares.

"A razão pela qual o plano é negociado entre os republicanos e democratas é que nós precisamos de 60 votos no Senado que não estão lá! Ou elegemos mais senadores republicanos em 2018 ou mudem as regras agora para 51%", escreveu o presidente.

Os dois partidos chegaram esta segunda-feira a acordo sobre uma lei de gastos orçamentais que irá canalizar fundos para o governo federal até setembro, evitando assim uma paralisação do governo, o chamado shutdown. Um acordo sobre o qual tanto republicanos como democratas clamam vitória.

Uma opinião diferente parece ter Donald Trump que, também no Twitter, deu a entender que estaria disposto a deixar o governo federal ficar sem fundos lá mais para o final do ano para pressionar os democratas a aprovar mais das suas prioridades orçamentais. "O nosso país precisa de um bom shutdown em setembro para resolver esta trapalhada", escreveu. De recordar que, em 2013, os republicamos forçaram a paralisação do governo por 17 dias.

O diretor orçamental da Casa Branca adiantou que Donald Trump deverá assinar a lei quando a receber, o que deverá acontecer quinta ou sexta-feira. Mick Mulvaney referiu que esta legislação não tem tudo o que o presidente queria, mas contém um significativo aumento da verba para a despesa. Apesar de ser apenas 15 dos 30 mil milhões que o presidente desejava. "Após anos de lutas partidárias, este projeto de lei é uma clara vitória para o povo americano", declarou ontem Trump.

Mulvaney adiantou que, apesar de esta legislação não incluir fundos para financiar a construção do muro com a fronteira com o México, prevê 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) para segurança fronteiriça.

Mas a promessa de campanha de Trump não vai ficar esquecida pois, segundo Mulvaney, quando o presidente fizer um pedido orçamental em maio para o ano fiscal de 2018, que começa em outubro, ele irá pedir fundos para construir o muro.

Tal como a Casa Branca, os democratas também se mostraram satisfeitos com o resultado final do acordo. O líder da minoria do Senado, o democrata Chuck Schumer, declarou que estavam "muito orgulhosos do resultado".

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