"Psicóloga, professora universitária, mãe e avó orgulhosa, jogadora de hóquei". É desta forma que Jo Jorgensen se define no Twitter. E também como "candidata do Partido Libertário a presidente dos EUA". Ela é a alternativa ao republicano Donald Trump e ao democrata Joe Biden nas eleições de novembro.."A escolha não é entre um ou outro mas em quem te dá maior liberdade! Toma a decisão que beneficia a maioria das pessoas e não a do 'mal menor'", escreveu Jorgensen nesta rede social depois de ter sido formalmente nomeada candidata pelo seu partido numa convenção virtual a 23 de maio, após quatro rondas de votação..Twittertwitter1264862764650180613."Estou feliz por os eleitores terem finalmente uma escolha verdadeira, porque a não escolha entre Trump e Biden continua a ser uma escolha entre um governo grande e um governo ainda maior", acrescentou a candidata, citada num comunicado do partido. .Nascida no Illinóis a 1 de maio de 1957, Joanne Marie tirou o curso de psicologia no Texas, seguido de um MBA. Depois de trabalhar na IBM, criou a sua própria empresa de software de marketing, antes de em 2002 se doutorar em Psicologia Industrial e Organizacional na Universidade de Clemson, na Carolina do Sul. É aqui que dá aulas. Pelo meio ainda educou dois filhos.."Ela tem princípios. Ela é persuasiva. Ela tem experiência", lê-se no site oficial de campanha, recordando que já tinha sido candidata a congressista em 1992 e a vice-presidente em 1996 (no ticket com Harry Browne). Desta vez o número dois é Spike Cohen, um ativista e podcaster de 37 anos, apresentado como o primeiro candidato millennial (da geração Y, que nasceu entre o início dos anos 1980 e meados dos anos 1990)..O Partido Libertário existe desde 1971 nos EUA e começou por ter como lema "não há almoços grátis", adaptando depois o slogan "governo mínimo, liberdade máxima". Atualmente é "o partido dos princípios", sendo o terceiro maior partido em número de eleitores registados nos EUA - são pouco mais de 600 mil, longe dos mais de 33 milhões que apoiam cada um dos partidos tradicionais que são a base do sistema bipartidário nos EUA..O símbolo do partido é uma tocha, onde a chama, a dourado, é uma águia..Desde abril de 2020 que o partido conta com um membro da Câmara dos Representantes - o ex-republicano Justin Amash, congressista pelo Michigan desde 2011, crítico de Trump, que se tinha tornado independente em julho de 2019. A pandemia de covid-19 levou-o a desistir do plano de ser ele próprio o candidato à Casa Branca..Em 2016, o candidato presidencial libertário, o ex-governador do Novo México Gary Johnson, que já tinha concorrido também em 2012, recebeu 3% dos votos, o melhor resultado de sempre do partido. Johnson estava o boletim de voto dos 50 estados há quatro anos. Este ano o partido só tem garantida, para já, a presença em 35, com o coronavírus a dificultar mais o trabalho..Na revista do partido, a Reason, o jornalista John Stossel resume as proposta de Jorgensen, presentes também no site da campanha..O primeiro ponto é cortar nos gastos do governo federal, já que defende que o governo deve fazer menos e gastar menos, bloqueando qualquer pedido de empréstimo cuja fatura terá que ser paga por filhos e netos. Além disso, alega que o dinheiro do governo normalmente vai para os amigos, não para quem precisa verdadeiramente..Em relação à Segurança Social, considera-a obsoleta e defende que deve haver a opção de sair, defendendo o plano do Instituto Cato para o fazer: 6,2% dos rendimentos dos trabalhadores são investidos num programa privado de reformas à sua escolha e outros 6,2% servem para pagar custos da transição para o programa. Para pagar aos que querem sair, propõe vender bens do governo, desde edifícios a direitos de água..Em Defesa, Jorgensen defende uns EUA transformados numa "Suíça gigante, armada e neutral". Nenhum soldado americano estaria fora dos EUA, com os militares preparados para defender o seu território contra qualquer invasão estrangeira. É também contra ajuda externa ou garantias de empréstimos..Na Saúde, defende uma verdadeira concorrência, o fim da burocracia com seguradoras e governo, alegando que assim iria reduzir em 75% dos custos e tornar o sistema de saúde acessível para todos os norte-americanos..No Ambiente a aposta é na energia nuclear para substituir as centrais a carvão e gás natural. Na Imigração, acabaria com qualquer quota (e com o muro de Trump), defendendo a nível de comércio internacional a eliminação de tarifas. Na Justiça, defende o perdão de todos aqueles que estão detidos por crimes não-violentos e sem vítimas, e acabaria com a Guerra às Drogas.