Trump insiste no muro e sugere que vai acabar com o NAFTA
Presidente norte-americano falou num comício em Phoenix, Arizona, na terça-feira.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que "provavelmente vai acabar" com o Tratado de Livre Comércio da América do Norte, com o México e o Canadá, cujas negociações começaram na semana passada.
"Tenho de ser honesto (...) pessoalmente não creio que podemos alcançar um acordo porque se aproveitaram de nós e de uma forma muito má. Eles fizeram grandes negócios: os dois países, especialmente o México. Não creio que possamos alcançar um acordo", disse Trump num comício em Phoenix, Arizona, na terça-feira.
As negociações do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA, na sigla em inglês) começaram no dia 16 de agosto tendo a primeira ronda de conversações terminado no domingo passado.
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O primeiro encontro foi agendado a pedido da administração norte-americana que considera que o "pacto prejudicou muitos norte-americanos".
Os Estados Unidos consideram que o NAFTA não "pode ser retocado" apenas com mensagens "conciliadoras" por parte do México e dos Estados Unidos.
A próxima ronda vai decorrer no México, entre os dias 01 e 05 de setembro.
"Creio que provavelmente terminaremos com o tratado", sublinhou o presidente dos Estados Unidos, que reafirmou a intenção de construir muro ao longo da fronteira com o México.
Donald Trump acusou os democratas de colocarem a segurança dos EUA em risco pelo facto de se oporem à construção do muro e afirmou que os agentes da imigração lhe garantem que essa infraestrutura é "vital" para travar o fluxo migratório.
Ao longo de um discurso de cerca de 80 minutos, o presidente norte-americano voltou a atacar a comunicação social, acusando os media de dar uma plataforma aos "grupos de ódio". Trump defendeu que as suas palavras após os incidentes em Charlottesvile - em que ma mulher morreu quando uma viatura se lançou contra manifestantes que se opunham a uma marcha da extrema-direita - foram "perfeitas". Aliás, quase reproduziu algumas das frases que fez na sua primeira declaração, aquela em que foi acusado de não ter sido suficientemente crítico relativamente aos grupos de extrema-direita.
Na altura, Trump condenou o ódio e a intolerância, mas falou de "violência de diversas partes". Desta vez, tendo repetido a mesma declaração, excluiu a questão das "diversas partes", segundo conta a CNN.