Trump anda a recrutar equipa pela televisão

John Bolton e Larry Kudlow foram contratados depois de terem defendido administração Trump nos seus comentários televisivos

A televisão é o palco onde Donald Trump tem ido recrutar elementos para a sua administração. Os últimos casos foram os de John Bolton, agora conselheiro para a segurança nacional, e de Larry Kudlow, novo conselheiro económico.

O primeiro foi contratado depois de ter sido visto pelo presidente norte-americano a defender as suas posições sobre o Irão e a Coreia do Norte, num comentário na Fox News. O segundo, teceu elogios ao corte impostos das empresas e a mudanças na regulação, no seu programa na estação televisiva CNBC.

Pete Hegseth arrisca-se a ser o próximo, dado que já está a ser considerado para secretário para assuntos dos veteranos, depois de ter defendido um maior acesso dos veteranos a médicos privados, no programa que co-apresenta Fox & Friends Weekend.

Esta forma de contratar já está a chamar a atenção, mas não é de todo estranha uma vez que se trata de um presidente que fez carreira também como apresentador do reality show The Apprentice.

De facto, a rotina presidencial começa com Trump a assistir aos principais canais de notícias por cabo. Nesta rotina entram os comentários no Twitter, especialmente às histórias da Fox News.

Alguns politólogos consideram natural esta postura de Trump. Uma vez que o presidente dos EUA chegou à Casa Branca sem a companhia de assessores políticos relevantes. Por isso, confiou nos membros do Congresso e pesos-pesados de Whashington para o aconselharem nessas escolhas. Depois de alguns terem provado não ser os mais certos para o cargo, Donald Trump decidiu criar o seu método de recrutamento.

E este não se resume a cargos na administração. Recentemente, anunciou a intenção de contratar o advogado Joseph diGenova e a sua mulher, também advogada, para a sua equipa de defesa no caso em que é suspeito de ter agido com a Rússia na interferência das eleições presidenciais que o elegeram. Trump decidiu que ia contratar diGenova depois de o ver defendê-lo na Fox News. Conflito de interesses entre atuais clientes do advogado e o caso do presidente acabaram por boicotar a contratação.

A Fox News é um dos palcos principais onde Trump vê atuar os conselheiros que quer contratar. A confiança do presidente é tal neste canal de televisão conservador, que Eduard Burmila, professor de ciência política da Universidade de Bradley, já escrever sobre a influência do canal na presidência de Trump. "Depois da sua família próxima - os fihos e o genro - não sei se há alguém em que ele confia mais do que a Fox News", refere, citado pelo Whashington Post.

No entanto, fonte da Casa Branca referiu ser injusto pensar que o presidente só contrata pelo que vê na televisão. Lembrando que John Bolton foi embaixador nas Nações Unidas durante a presidência de George W. Bush. E que Donald Trump e Larry Kudlow se conhecem há muitos anos.

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