Trump volta atrás: retirada da Síria será lenta
Depois de ter ordenado a retirada em 30 dias das tropas americanas, o Presidente dos EUA anuncia que esse regresso se fará "lentamente"
Num estilo muito seu, Donald Trump voltou a dar o dito pelo (quase) não-dito e depois de ter anunciado que as tropas americanas iam deixar a Síria em 30 dias e que o autoproclamado Estado Islâmico estava derrotado, o presidente americano disse esta segunda-feira que os militares estão a retirar "lentamente" e que, em simultâneo, ainda combatem os combatentes que restam do ISIS (o acrónimo em inglês para Estado Islâmico do Iraque e da Síria).
"Estamos a enviar lentamente as nossas tropas de regresso a casa para ficarem com as suas famílias, enquanto ao mesmo tempo lutamos contra os remanescentes do ISIS [Estado Islâmico]", escreveu na rede social Twitter, a forma privilegiada de comunicação de Trump, confirmando as declarações do senador republicano Lindsey Graham, como refere a BBC.
Em 19 de dezembro, o Presidente fez um anúncio tonitruante: "Todos estão de regresso e a voltar agora", atirou, também no Twitter, um anúncio que apanhou de surpresa e chocou também os aliados dos EUA e as próprias autoridades de defesa americanas. O secretário de Defesa Jim Mattis e outro alto funcionário americano responsável na luta contra o ISIS, Brett McGurk, renunciaram logo depois.
Também os curdos foram deixados à sua sorte, com a ameaça turca, que os considera terroristas, de poderem avançar contra eles. Os líderes curdos apelaram às forças do governo sírio à procura de ajuda para proteger uma importante cidade do norte, Manbij, no caso de qualquer contra qualquer ofensiva turca.
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Agora, Trump corrigiu as suas primeiras declarações, mas nunca assumindo que está a recuar (e falando na terceira pessoa): "Se alguém além de Donald Trump fizesse o que eu fiz na Síria, que era uma confusão pesada do ISIS [Estado Islâmico] quando me tornei presidente, eles seriam um herói nacional. Estamos a enviar lentamente as nossas tropas de regresso a casa para ficarem com as suas famílias, enquanto ao mesmo tempo lutamos contra os remanescentes do ISIS."
Num segundo curto texto, o Presidente americano continuou, insultando a comunicação social e alguns generais: "Eu fiz campanha para sair da Síria e de outros lugares. Agora, quando eu começo a sair [da Síria], os media fake news [a forma como Trump se refere a todos os órgãos de comunicação social, que não sejam a Fox News] ou alguns generais falhados que não conseguiram fazer o trabalho antes de eu chegar, gostam de queixar-se sobre mim e as minhas táticas, que estão a funcionar. Apenas fazendo o que eu disse que ia fazer!"
O senador Lindsey Graham tinha referido que o período de 30 dias estava a ser reavaliado, procurando " alcançar o objetivo do presidente".