Temer garante que é vítima de uma conspiração: "Não vou cair!"

Brasil aguarda declaração do presidente. Deputados já pedem demissão ou destituição
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O presidente da República brasileiro, Michel Temer garantiu numa reunião com senadores que as acusações de que é alvo fazem parte de uma conspiração: "Não vou cair!", terá dito, segundo o jornal Estadão e a Reuters, que citam o senador Sérgio Petecão, que esteve com o Temer.

O presidente enfrenta uma crise política aberta pela divulgação, avançada pelo jornal brasileiro O Globo, de que há gravações que comprovam que deu o aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e hoje detido por corrupção e outros crimes no âmbito da Lava-Jato. Segundo um editorial do Estadão, as gravações feitas pelo empresário Joesley Batista não deixam dúvidas e dificilmente não forçarão uma mudança radical do cenário político.

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Eduardo Cunha foi o principal motivador do processo de destituição de Dilma Rousseff, e era aliado e colega de partido de Temer, o PMDB. Foi entretanto detido e já havia, da prisão, dado a entender que poderia envolver Temer na Lava-Jato.

Com a crise, o presidente decidiu cancelar todos os compromissos da agenda para hoje e, segundo a imprensa brasileira, poderá fazer ao longo do dia uma intervenção pública. Temer estará reunido no Palácio do Planalto, sede do Governo do país, com os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência) e Antônio Imbassahy, da Secretaria de Governo.

Na noite de quarta-feira, Temer já havia negado as denúncias alegando que "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio de ex-deputado Eduardo Cunha", num comunicado divulgado poucas horas depois da notícia de O Globo.

Fonte da equipa de Temer disse à Reuters que "é preciso ver o que o Supremo Tribunal diz e se aceita as gravações como prova", assegurando que o "presidente está absolutamente convencido de que não cometeu um crime, mas que isso tem de ficar claro para todos".

No entanto, vários setores já pedem a saída do presidente. A Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, por exemplo, apresentou esta quinta-feira um novo pedido de impeachment.

O outro protagonistas das gravações agora reveladas, o senador Aécio Neves, foi entretanto afastado do cargo por suspeita de corrupção pelo Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a sua detenção, noticia hoje a imprensa brasileira.

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Temer subiu ao poder há um ano, depois da destituição de Dilma Rousseff.

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