Sobrevivente do Holocausto recebe ameaças de morte e está sob proteção policial
Uma sobrevivente do Holocausto italiano foi colocada sob proteção policial em Itália por ter recebido ameaças de morte através das redes sociais. Liliana Segre, de 89 anos, é senadora vitalícia e pediu ao parlamento italiano a criação de um comité para combater o ódio, numa moção aprovada na semana passada apesar da abstenção dos partidos da extrema-direita (Lega) e do centro-direita (Forza Itália).
A nova comissão extraordinária visa combater todas as formas de racismo, anti-semitismo, incitação ao ódio e violência por motivos étnicos e religiosos.
Nos dias que se seguiram à votação, Liliana Segre recebeu cerca de 200 de ameaças por dia nas redes sociais e, por essa razão, fez o pedido de proteção às autoridades policiais que foi de imediato concedido, depois de uma reunião esta quarta-feira convocada por Renato Saccone, presidente da Câmara Municipal de Milão, com o comité de segurança e ordem pública.
Entre as medidas de segurança aprovadas, inclui-se a de Segre ter sempre de ser acompanhada em público por dois oficiais dos Carabinieri. Enquanto isso, o Ministério Público de Milão abriu uma investigação sobre as mensagens de ódio enviadas à senadora, ao mesmo tempo que solicitou a assistência da brigada anti-terrorismo de Itália.
"Simplesmente apelei à consciência de todos e pensei que uma comissão contra o ódio seria aceite por todos", disse atual senadora vitalícia, que aos 13 anos foi enviada para o campo de concentração e extremínio de Auschwitz.