Descoberta vala comum com 21 corpos no ex-bastião rebelde de Aleppo
"Os civis foram executados por grupos terroristas antes de abandonarem os bairros da zona leste da cidade de Aleppo", segundo avançou a agência oficial, hoje citada por agências internacionais.
A agência Sana utiliza a designação de grupos terroristas (termo aplicado pelo regime de Damasco) para referir-se aos grupos rebeldes.
Citado pela agência, o chefe do departamento de médicos legistas em Aleppo, Zaher Hajjo, afirmou que "cinco crianças e cinco mulheres" figuram entre as vítimas.
As vítimas foram encontradas "nas prisões que eram controladas pelos grupos terroristas nos bairros de Soukkari e Al-Kallassé e foram executadas com tiros à queima-roupa", acrescentou o mesmo responsável.
Na sequência de um acordo inédito entre a Rússia, um forte aliado do Presidente sírio Bashar al-Assad, e a Turquia, apoiante da oposição que tenta derrubar o regime de Damasco, cerca de 35 mil pessoas (combatentes rebeldes e civis) foram retiradas durante a semana passada do ex-bastião rebelde de Aleppo, a segunda cidade mais importante da Síria.
Dias antes da operação de evacuação da zona leste da cidade, as Nações Unidas afirmaram terem recebido informações credíveis sobre a execução de pelo menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, por milícias pró-governamentais.
O Ministério da Defesa russo também informou hoje sobre a descoberta de "valas comuns com dezenas de sírios executados sumariamente e vítimas de atos selvagens de tortura".
"A maioria foi morta com uma bala na cabeça e muitos corpos não estão inteiros", indicou um porta-voz do Ministério da Defesa russo, o general Igor Konachenkov, citado pelas agências russas.
O mesmo representante realçou que investigações minuciosas vão forçar os apoiantes ocidentais da oposição síria "a reconhecer a respetiva responsabilidade pela crueldade" dos rebeldes.
Vários países ocidentais têm acusado a Rússia - que tem realizado intensos ataques aéreos na zona leste de Alepo - e o regime sírio de terem cometido "crimes contra a humanidade".