Serão estes os pertences dos passageiros no voo MH370?
Cerca de 20 objetos, sobretudo malas, deram à costa em Madagáscar. Imagens estão a ser partilhadas para que familiares dos passageiros no MH370 possam identificá-los
Blaine Gibson, um advogado norte-americano que decidiu dedicar-se à procura dos destroços do MH370, o voo da Malaysia Airlines que desapareceu a 8 de março de 2014 quando fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, quis partilhar com os familiares dos passageiros que estavam a bordo do avião imagens de objetos que deram à costa em Madagáscar, numa tentativa de os identificar e perceber se poderão pertencer aos desaparecidos.
À BBC, Gibson, que já encontrou três pedaços de aeronave naquela área de Madagáscar e um outro destroço em Moçambique - este último pertencerá mesmo ao Boeing 777 da Malaysia Airlines, segundo investigadores australianos - admite que os objetos agora encontrados na ilha no Oceano Índico possam até ter caído de um navio. Mas recusa-se a ignorar os achados e decidiu, por isso, partilhá-los em sites de apoio às famílias dos passageiros desaparecidos, uma vez que os objetos - cerca de 20, entre malas e partes de computadores portáteis - foram encontrados no início de junho na praia de Riake, a mesma onde deram à costa destroços que pertencerão, provavelmente, ao avião da companhia malaia.
Juntamente com estes objetos, o advogado encontrou novos pedaços que poderão fazer parte da fuselagem da aeronave que desapareceu com 239 pessoas a bordo. Os objetos descobertos foram entretanto entregues às autoridades, mas os familiares dos desaparecidos e o próprio Gibson - que financia a sua campanha para encontrar eventuais rastos do MH370 - duvidam do empenho dos investigadores da Malásia que, juntamente com a China e a Austrália, têm levado a cabo as operações de busca e resgate. Segundo Gibon, um investigador malaio deveria ter já chegado a Madagáscar para recolher os objetos encontrados, mas a viagem foi cancelada à última hora pelo superior hierárquico do responsável. "Não sabemos porquê", garantiu o advogado.
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As imagens dos objetos, porém, chegaram à internet rapidamente para garantir que "todos têm o direto e a oportunidade de ver estes itens", explicou Sheryl Keen, responsável do grupo Aircrash Support Group Australia, que presta apoio às vítimas e familiares de acidentes de aviação. "A natureza da investigação na aviação significa que, por norma, as pessoas nãm o têm oportunidade de ver os detalhes. Mas como estes foram encontrados por membros do público conseguimos aproveitar para expor estes objetos", concluiu.
Até ao momento, nenhum dos objetos foi identificado por qualquer familiar como sendo pertença de um dos passageiros no MH370.