Secretário-geral da OCDE chama a atenção para necessidade de cumprir Acordos de Paris
"A confiança foi uma das principais vítimas da crise", sublinhou Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE, presente em Lisboa para participar na quadragésima nona reunião da Tidewater, que decorre na capital portuguesa até quarta-feira.
O líder da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico começou a sua intervenção por enviar uma mensagem de homenagem às vítimas e aos familiares das vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande. "É um prazer regressar a Lisboa, mas desta vez, no entanto, venho triste com a recente perda de muitas vidas devido aos fogos que atingiram Portugal".
Gurría frisou que a comunidade internacional tem que conseguir cumprir os objetivos para o desenvolvimento sustentável definidos na Agenda 2030, lamentando "a onda de protecionismo, populismo e antiglobalizacão" a que o mundo tem vindo a assistir no último ano e meio. "As pessoas veem que o desfasamento entre o que têm e o que não têm tem vindo a aumentar". Na opinião do político mexicano, essa circunstância, ampliada pela crise económica, minou a confiança entre as populações e as instituições.
O secretário-geral da OCDE revelou que a ajuda aos países em vias de desenvolvimento atingiu em 2016 um recorde de 143 mil milhões de dólares, o que representa um acréscimo de 8,9% em comparação com 2015. Ainda assim, Gurría chamou a atenção para o facto de ainda haver, em todo o mundo, mil milhões de pessoas que vivem em pobreza extrema.
"Temos também que assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos nos Acordos de Paris. A necessidade da ação climática não deveria exigir grandes reflexões", sublinhou o secretário-geral da OCDE.