"Não sou favorável a decretar o estado de insurreição", que permitiria ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviar soldados no ativo para enfrentar cidadãos norte-americanos, nem os reservistas da Guarda Nacional, declarou Mark Esper numa conferência de imprensa..Para Esper, recorrer ao exército nos Estados Unidos "só em casos muito urgentes e terríveis" e o atual momento que se vive no país "não é uma situação dessas"..O recurso à Lei da Insurreição tem sido discutido nos Estados Unidos depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter falado sobre utilizar os militares para travar os violentos protestos em diversas cidades do país..Esper, segundo reporta a agência noticiosa Associated Press (AP), autorizou o movimento de várias unidades no ativo para bases militares nos arredores de Washington, mas não lhes pediu para entrarem em ação..Nos comentários perante os jornalistas no Pentágono, Esper criticou duramente a ação da polícia de Minneapolis, Minnesota, em que um agente policial asfixiou um homem afro-americano, George Floyd, que acabou por morrer.."Foi um assassínio e um crime horrível", afirmou Esper, que já foi vivamente criticado por ter considerado que as ruas do país são "campos de batalha", termo que o secretário da Defesa norte-americano considerou ser apenas um "jargão militar, comummente utilizado ao longo da sua carreira no Exército.."Faz parte do léxico militar com o qual cresci. É o que utilizamos de forma rotineira para descrever uma zona de operações. Não é uma fórmula dirigida contra a população e muito menos certamente contra os nossos concidadãos, como alguns sugeriram", explicou Esper..O chefe do Pentágono admitiu, porém, ter cometido um erro, ao colocar-se ao lado de Trump quando o Presidente norte-americano se fazia fotografar diante de uma igreja com uma bíblia na mão momentos depois de as forças de segurança terem dispersado, de forma brutal, com bastonadas e gás lacrimogéneo, os manifestantes que protestavam pacificamente próximo da Casa Branca.."Faço todos os possíveis para permanecer apolítico e para evitar as situações que podem parecer políticas. Às vezes consigo, outras não", disse..George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Mineápolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar..Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem..Pelo menos 9.000 mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque..Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de assassínio em terceiro grau e de homicídio involuntário..A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.