Secreta militar venezuelana prende jornalista americano

Forças militares de contra-espionagem venezuelanas assaltaram a casa de Cody Weddle, em Caracas. Observadores dizem que o incidente pode aumentar as tensões entre o governo de Nicolás Maduro e a administração Trump.
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Forças militares de contra-espionagem venezuelanas assaltaram a casa de Cody Weddle, jornalista americano em Caracas, na madrugada de quarta-feira, e levaram-no sob custódia, revelou o jornal americano The Washington Post.

De acordo com a informação divulgada, os militares também detiveram o assistente de Weddle, o jornalista venezuelano Carlos Camacho, cujo apartamento foi invadido antes da sua prisão.

O paradeiro dos dois homens era desconhecido desde o meio-dia desta quarta-feira (16.00 em Lisboa), segundo a União Nacional dos Trabalhadores em Jornalismo e a ONG Espacio Publico, que monitoriza violações da liberdade de expressão por todo o país.

Observadores dizem que o incidente pode aumentar as tensões entre o governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro e a administração Trump, que reconhece o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino e líder legítimo do país.

"Dado o atual estado das relações entre os EUA e a Venezuela, a secreta militar prender um cidadão americano, o repórter freelance @coweddle parece uma provocação desnecessária", escreveu no Twitter o consultor político do Crisis Group, Phil Gunson. "Quem achou que seria uma boa ideia", questionou.

Na mesma rede social, o último post de Cody Weddle é de terça-feira, dia 5, onde descreve o "regresso triunfal" de Juan Guaidó a Caracas. O jornalista freelance está há quatro anos em Caracas e tem trabalhado para diferentes órgãos de comunicação social americanos, do Miami Herald à ABC.

Segundo relatos da presidente da administração do condomínio divulgados pelo jornal americano, um grupo de dez homens armados, na sua maioria vestidos de preto e um deles com uniforme policial de investigação, abordaram o segurança do prédio onde vive Weddle. Segundo Florangel Manzo, 49 anos, seriam 7.00 (mais quatro horas em Lisboa), quando os militares irromperam no edifício.

"Eu estava a ir para o meu escritório esta manhã quando vi os homens e pedi-lhes explicações. Eles mostraram-me uma ordem para invadir o apartamento 64, que pertence àquele jornalista estrangeiro", disse Florangel. A ordem seria de um tribunal militar e afirmava que Weddle estava a ser acusado de "trair a terra natal".

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