Recuo de glaciar revela corpos de três desaparecidos há mais de 20 anos

Três alpinistas estavam desaparecidos desde 1995. Número de corpos mumificados que vêm à luz do dia é cada vez maior porque os glaciares recuam devido ao aquecimento global
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Os corpos de três alpinistas, que se suspeita que tenham morrido há mais de duas décadas, foram descobertos no Vale de Aosta, na parte italiana da montanha mais alta dos Alpes, o Monte Branco.

"O glaciar está a mudar constantemente e podemos dizer que as mortes ocorreram em 1995", afirmou o porta-voz da policia de resgate alpino de Itália, em declarações citadas pelo The Guardian.

A descoberta foi feita por um alpinista francês, que fotografou os corpos e alertou as autoridades. As operações de resgate para recuperar os cadáveres, que estavam ligados entre si por uma corda, ainda não terminaram.

Nos últimos meses, o recuo dos glaciares - acentuado devido às alterações climáticas - tem vindo a revelar corpos congelados no interior. Recorde-se o caso de um casal suíço, desaparecido há 75 anos, cujos corpos foram encontrados em julho, congelados no interior de um glaciar no maciço de Diablerets, na Suíça.

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Uma investigação do jornal suíço Tagesanzeiger, publicada já este ano, revela que desde 1850 - quando os glaciares cobriam 1735 quilómetros quadrados de território suíço - a área total coberta diminuiu para metade, cerca de 890 quilómetros quadrados.

Christian Jackowski, cientista no Instituto de Medicina Forense da Universidade de Berna, revelou ao Guardian que a identificação de restos mortais passou a ser tarefa comum nas férias de verão na Suíça, altura em que muitos alpinistas e montanhistas aproveitam para voltar às montanhas cobertas de gelo e dão o alerta ao avistarem cadáveres.

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