Recorde dos últimos 20 anos. Armas de fogo mataram 40 mil pessoas nos EUA
O aumento do número de suicídios fez subir a morte causada por armas de fogo nos Estados Unidos para os números mais altos nos últimos 20 anos. Em 2017, 39 773 pessoas nos EUA perderam a vida por causa de uma arma, de acordo com os mais recentes números do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças, avança o Guardian .
Tal significa que 12 em cada 100 mil pessoas morreram por este motivo. Para que se perceba a dimensão, e segundo um recente estudo da Jama Network, as mortes pelo mesmo motivo no Japão são de 0,2 em cada 100 mil pessoas, 0,3 no Reino Unido, 0,9 na Alemanha e 2,1 no Canadá.
Dados da Jama mostra ainda que seis países do mundo são responsáveis por mais de metade das 250 mil mortes por armas de fogo por ano em todo o mundo. Os Estados Unidos estão entre esses seis países, ao lado do Brasil, México, Colômbia, Venezuela e Guatemala.
Embora a atenção pública esteja centrada nos massacres levados a cabo com armas, e em 2017 ocorreu o tiroteio mais mortífero da história moderna dos EUA, com 58 mortos, em Las Vegas, entretanto reivindicado pelo Estado Islâmico, é o suicídio a maior causa de morte por armas de fogo no país, representando 60% das mortes.
Dados da CDC mostram que, em 2017, 6,9 em 100 mil pessoas, quase 24 mil pessoas, suicidaram-se com uma arma. O Fundo Educacional para parar a violência armada nota que a violência e suicídios com armas de fogo não tem uma localização aleatória, mas ocorrem com maior incidência onde há mais pessoas com armas e a legislação aplicada à posse de armas é mais liberal.
Segundo as estatísticas da CDC, os números mais altos de suicídio ocorreram nos três estados onde existe maior posse de armas: Montana, Wyoming e Alasca. Dakota Jablon, analista do Education Fund, afirma que "olhando para estes números é claro que ter simplesmente armas por perto aumenta o perigo."
Em relação aos homicídios, 14 542 pessoas foram mortas por armas de fogo em 2017, uma proporção de 4,6 para 100 mil. Em 2010 era de 3,6 em cada 100 mil.