O Qatar entregou hoje ao Kuwait a resposta oficial à lista de exigências apresentada pelo grupo de países árabes que cortaram relações com Doha em junho, indicou um responsável com ligações ao dossiê citado pelas agências internacionais..A resposta foi entregue pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, xeque Mohammed ben Abderrahmane Al-Thani, que foi recebido hoje pelo emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmad Al-Sabah, confirmou também a agência noticiosa estatal do Kuwait..O Kuwait está a ajudar a mediar esta crise, a mais grave crise regional desde a guerra do Golfo de 1991..O conteúdo da carta assinada pelas autoridades de Doha não foi revelado..A resposta foi entregue menos 24 horas depois da Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Bahrein terem decidido prolongar por mais dois dias o ultimato feito ao Qatar para responder à lista de exigências. O prazo do ultimato tinha terminado às 24h00 de domingo..A agência noticiosa do Kuwait indicou ainda que o documento será discutido durante uma reunião prevista para quarta-feira no Cairo entre os chefes da diplomacia dos quatro países que cortaram relações com o Qatar..A 05 de junho, Riade e outros três países árabes aliados cortaram relações diplomáticas com o Qatar, que acusam de apoio ao terrorismo..Posteriormente, numa lista de 13 pontos - apresentada ao Qatar pelo Kuwait -, os países exigiram o encerramento da televisão Al-Jazeera, de uma base militar da Turquia no Qatar e uma redução das ligações diplomáticas com o Irão..[artigo:8608456].Os quatro países exigiram ainda que Doha corte quaisquer contactos com a Irmandade Muçulmana e com outros grupos fundamentalistas islâmicos como o xiita Hezbollah, a Al-Qaida e o Estado Islâmico..Após a divulgação da lista, Doha, que recusa as acusações de apoio ao terrorismo, afirmou que estava a preparar uma resposta adequada às exigências, tendo salientado então que tais imposições eram uma "invasão à soberania" daquele país..O ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar afirmou na mesma ocasião que as exigências não eram nem razoáveis nem realistas..Numa altura em que Riade está no centro desta crise, o rei Salman da Arábia Saudita decidiu não comparecer à reunião do G20 (grupo dos países mais industrializados do mundo e das maiores economias emergentes) que vai decorrer na sexta-feira e no sábado na cidade alemã de Hamburgo.."O governo [alemão] recebeu uma notificação oficial segundo a qual o rei Salman não estará na cimeira do G20", declarou um porta-voz do executivo de Berlim, citado pela agência noticiosa France Presse..O monarca de 81 anos vai enviar o ministro das Finanças, Mohammed Al-Jadaan, para representar os interesses sauditas na cimeira, segundo a agência noticiosa alemã dpa.